PARTE DA EDIÇÃO n.º 3799 de 10/07/2009



Santa Eulália/Almargem do Bispo


A benção do gado em Santa Eulália,
uma tradição que se mantém



Este ano, em Santa Eulália, pequena aldeia pertencente a duas freguesias e a dois concelhos (Almargem do Bispo/Sintra e Santo Esteves das Galés/Mafra), voltou a proceder-se à bênção do gado e ao pagamento de promessas, em redor do santuário, com animais verdadeiros e em cera. É uma tradição centenária que o povo teima em manter e pretende dinamizar no futuro, segundo Tânia Florência, nossa correspondente em Santa Eulália.

Santa Eulália é uma pequena aldeia limítrofe da freguesia de Almargem do Bispo. Quem por lá passa não consegue nunca ficar indiferente à sua igreja mandada edificar em 1466, e também ao seu cruzamento, certamente, um dos locais do concelho de Sintra com mais sinais por m2. Este cruzamento, é também, o ponto de partida para o outro lado da estrada, o concelho de Mafra e também para o vizinho concelho de Loures.


Era neste cruzamento, onde, contam os mais antigos, se fazia a venda de louças, no dia de festa.


Santa Eulália, cujo dia a igreja comemora a 12 de Fevereiro, comemora-se nesta aldeia com o mesmo nome, também no dia 24 de Junho, dia de S. João.


Desde que a história se lembra, neste dia, e todos os anos sem excepção, rumam a esta aldeia donos e animais, na busca da bênção da sua padroeira Santa Eulália. Nesse dia, a partir da manhã, pagam-se promessas em redor do santuário, com animais verdadeiros ou de cera.


É também pela manhã que se ouve o burburinho dos leitoeiros, da vizinha localidade de Negrais, aquando da montagem das suas bancas para a venda do famoso leitão, aos que vêm em busca de ajuda e conforto por parte da Santa Eulália. Até o padeiro, com os seus bolos, vindos da zona de Mafra é presença assídua.


Da parte da tarde, após a eucaristia, sai a procissão para as ruas da pequena aldeia, e é nessa hora que os animais são benzidos, e alguns até, oferecidos para o leilão que se realiza em seguida.


Todos os anos, esta tradição se tem mantido, com mais ou menos afluência de povo, mas sempre nestes métodos.


Este ano, contudo, e graças às empresas e à população desta pequena localidade, foi também criado um espaço de petiscos e convívio. Não só no dia 24, como já foi referido mas também nos dias 27 e 28, onde também se organizou um passeio pedestre.


Tenta-se assim, que a população da aldeia se divirta, mas também que não esqueça nunca as suas tradições e origens, incutindo-se também nos mais novos, este sentido de responsabilidade, por preservar o que é nosso.


De salientar que, nesta aldeia tão pequena, e pertença de 2 concelhos e duas freguesias, as empresas sediadas na terra foram sem sombra de dúvida, uma grande ajuda e mais- -valia, assim como a resposta dada por parte das entidades oficiais (Juntas de Freguesia e GNR) e de alguns populares que responderam ao apelo da comissão da capela.


Esta que é uma aldeia pequena, tem ainda assim alguma indústria importante a nível local mas também nacional. É pois, de lamentar, que em certos momentos os problemas da localidade sejam como uma bola de ping-pong, lançados de um município para outros, uma vez que, está mais uma vez provado, sempre que todos se juntam e tentam, os resultados são visíveis e positivos.


Tânia Florêncio



2 comentários:

Anónimo disse...

Apreciei a reportagem.Sou assinante do Jornal de Sintra e quando recebi esta edição, achei que havia qualquer coisa mal, no meu entender. Acho que a freguesia se chama Santo Estêvão das Galés e não Santo Esteves???? das Galés.
Será que estou errado??

Anónimo disse...

Desculpem mais uma coisinha.É que o meu apelido é "Esteves", nascido e criado em Sintra e por defeito derivado no meu apelido, nunca tive ideia de que houvesse nenhuma freguesia aqui na zona, quer do nosso concelho quer concelhos limítrofes que tivesse este nome.Daí a minha observação. Lembro-me que, quando pequeno, acompanhava o meu pai, Armando da Piedade Esteves, cuja profissão era caixeiro-viajante, no seu negócio por todo o concelho de Sintra e concelhos em redor e de ir, não tanto a Santa Eulália mas aos Negrais, Pedra Furada, etc. Ele procurava sempre elucidar-me dos locais onde me encontrava, daí eu ter uma grande empatia pela geografia e procurar sempre saber os locais correctos com os respectivos nomes correctos. Como já afirmei no comentário anterior, posso estar errado mas...acho que não.
Cumprimentos e...... agora já não sou anónimo.
José Frederico Esteves
Queluz