A saúde à procura de um novo rumo
Os serviços nacionais de saúde sofreram alterações desde Março deste ano e a partir dos centros de saúde, foram criados Agrupamentos de Centros de Saúde que, por sua vez, são constituídos por várias unidades funcionais. A meta é fazer mais e melhor a partir do que já havia, meta essa que, segundo um inquérito de satisfação, tem produzido bons frutos.
Os utentes esperam e merecem melhores cuidados de saúde
O objectivo principal dos Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) é melhorar as condições de acesso da população à prestação dos cuidados de saúde, através de uma reforma nos recursos existentes, bem como através de modificações na sua gestão.
Os ACES consistem num novo modelo organizativo que tem como missão aproximar-se dos utentes e que, pela sua autonomia administrativa, permitem uma melhor estruturação dos centros de saúde.
Joaquim Martins, director do ACES 8 – Sintra, Mafra e Pêro Pinheiro, simplifica a explicação dos ACES: “passámos de regiões de saúde, sub-regiões de saúde e centros de saúde para regiões de saúde e agrupamentos de saúde”. Desta forma, como explicou o director, é possível “fazer melhor, mas com o orçamento que já se tinha” através de uma “concentração de recursos humanos”.
Os ACES são, assim, constituídos por várias unidades funcionais, que agrupam um ou mais centros de saúde: Unidade de Saúde Familiar, Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados, Unidade de Cuidados na Comunidade, Unidade de Saúde Pública, Unidade de Recursos Assistenciais Partilhados, entre outros. Cada uma destas unidades tem como base uma equipa com autonomia organizativa e técnica.
O ACES de Sintra possui também uma Unidade de Apoio à Gestão e ainda um Gabinete do Cidadão. A primeira, “permite maior eficiência e menor desperdício de recursos e também um maior controlo sobre o consumo”, explicou Joaquim Martins, já que “uma das maneiras de contrariar a falência dos cuidados de saúde é organizá-los de forma mais eficiente”. O Gabinete do Cidadão, localizado junto aos serviços administrativos, permite fazer um balanço das condições de acesso e dos cuidados prestados aos cidadãos, servir de veículo de informação, bem como receber sugestões ou reclamações, ao mesmo tempo que avalia o grau de satisfação dos utentes.
O número máximo de ACES é de 74 e cada uma delas não deve, em regra, exceder os 200 mil utentes nem ter menos de 50 mil.
Maior proximidade da comunidade
Trabalhar a partir de unidade funcionais permite uma maior aproximação do cidadão e uma melhor capacidade de resposta às suas necessidades. Joaquim Martins refere também que são realizadas “reuniões regulares com os representantes das autarquias”, pois a “integração da gestão da saúde nos municípios pode não ter poder decisório, mas influencia essa gestão”. “Não há saúde sem a componente social”, explicou o director.
Trabalhar a partir de unidade funcionais permite uma maior aproximação do cidadão e uma melhor capacidade de resposta às suas necessidades. Joaquim Martins refere também que são realizadas “reuniões regulares com os representantes das autarquias”, pois a “integração da gestão da saúde nos municípios pode não ter poder decisório, mas influencia essa gestão”. “Não há saúde sem a componente social”, explicou o director.
Nesse sentido, a Unidade de Cuidados na Comunidade, por exemplo trabalha directamente com a população, em diversos pólos que apoiam não apenas idosos e cidadãos deficientes, mas também crianças, fornecendo também apoio domiciliário.
Inquéritos de satisfação
De acordo com uma sondagem, realizada pela Universidade de Coimbra, cujos resultados foram apresentados no dia 3 de Junho (também disponível no site do Ministério da Saúde em portal dasaúde.pt) a maior parte dos utentes das Unidades de Saúde Familiar (USF) inquiridos mostram-se satisfeitos com as alterações nos serviços de saúde, nomeadamente com a oferta de recursos humanos, médicos e instalações. Foram analisadas respostas de 25 pacientes de cada médico de família em exercício nas 146 USF constituídas até Novembro de 2008 e conclui-se que em mais de 12 mil pacientes, 39% indicara que está “muito satisfeito” e 44,5% “bastante satisfeito” com as USF. De acordo com os resultados, as principais queixas dos utentes estão relacionadas com o tempo de espera, já que 44% dos utentes inquiridos respondeu estar “pouco” ou “nada satisfeito” com este facto.
De facto, segundo Joaquim Martins, há uma “grande falta de recursos humanos e a tendência é para piorar”. Exemplo disso é o Centro de Saúde de Rio de Mouro, onde muitos utentes se queixam de não ter médico de família há mais de nove meses. Também Mafra e Pêro Pinheiro revelam carências, segundo o director do ACES de Sintra. No entanto, as dificuldades têm sido contornadas através da “concentração de recursos humanos” e, pela “autonomia administrativa”, a acção será mais directa nos cuidados de saúde.
As mudanças têm sido feitas desde Março deste ano, mas continuarão a ser feitas ao sabor das necessidades. “Temos objectivos traçados até ao fim deste mês (de Junho) e depois até Dezembro”, revela Joaquim Martins. De entre os objectivos está a “criação de bases mais sólidas para o agrupamento”, “propor a nomeação do conselho clínico”, que será um dos pontos mais importantes para os “alicerces do agrupamento”, criar um “conselho da comunidade” e desenvolver o Gabinete do Cidadão.
O Jornal de Sintra não encerra esta temática, e espera, em breve, ouvir outros parceiros ligados à área da saúde. Poderá sugerir, criticar ou dar a sua opinião na caixa de comentários.
texto e foto: Vanessa Sena Sousa
1 comentário:
este director tem por habito tratar os colegas abaixo de cao e so investigar o porque que veio de rio de mouro .
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