Cacém
É a segunda maior freguesia da cidade de Agualva-Cacém, mas tem apenas 217 hectares. Tem uma das densidades populacionais mais elevadas do concelho, com uma população que rondará os 24 mil habitantes.
Candidatos à freguesia querem mais qualidade de vida
Os quatro candidatos ao Cacém concordam que a cidade precisa de mais qualidade de vida e lamentam o atraso das obras do Polis. Outras prioridades são a segurança e os apoios sociais.
O programa Polis, a qualidade de vida e a segurança foram os temas escolhidos pelos quatro cabeças de lista à freguesia do Cacém no debate promovido pela Rádio Clube de Sintra, Rádio Ocidente e Jornal de Sintra. Mas a conversa fica marcada pelas acusações do PS ao actual presidente José Faustino, que acabou por reagir com indignação.
“Custa-me ver o Programa Polis, um marco histórico que está votado ao abandono e não vejo da parte da Junta qualquer interesse, não vejo o presidente a lutar”, afirma Leonor Vieira. “Um presidente de junta tem de estar presente e este tem sido muito ausente, talvez por razões da vida particular, esteve fora muito tempo e a junta foi praticamente gerida por email”, acrescenta.
As acusações indignaram o autarca, que exigiu explicações. “É uma vergonha e no dia 11 de Outubro os cidadãos vão responder à provocação. Está aqui para dizer mal de mim, mas não admito que diga mentiras. Quando é que a Junta foi gerida por email?”. A candidata responde que o presidente “esteve muito tempo ausente no Brasil”. “Os seus funcionários diziam que para falar consigo só por mail”, acrescenta.
A intervenção enfurece José Faustino, que chega a ameaçar abandonar o debate. “Não admito estes ataques pessoais. Isso é algum problema legal? E o facto de a minha mulher ser brasileira é algum problema? Tenho de lhe dizer que a minha família é muito importante”, exclama, justificando que foi ao Brasil de férias e visitar a família.
Mas Leonor Vieira insiste nos ataques e acusa-o de não viver no Cacém. “Fala-se que vendeu o seu património e já não vive cá”, diz. Faustino volta a defender-se e revela que viveu 33 anos na Rua de Angola, património dos pais, que de facto vendeu. “Vendi o apartamento depois de falecerem e actualmente resido na estrada de Paço de Arcos, na minha freguesia. E não é por deixar de morar cá durante cinco anos que gosto mais ou menos do Cacém”.
A discussão teve de ser interrompida por Nuno Frade, do Bloco de Esquerda, e Graça Rodrigues, da CDU, que tentaram recentrar o debate nos problemas da freguesia. “O BE concorre pela primeira vez ao Cacém com um projecto para melhorar a mobilidade, abraçar o ambiente e o ordenamento do território e a qualidade de vida”, revela. O BE quer “que o Cacém não seja apenas um subúrbio onde as pessoas vêm dormir porque não têm dinheiro para comprar casa noutro sítio”, explica.
A CDU tem objectivos semelhantes. “O Polis contribuiu para melhorar a cidade, mas temos de continuar a requalificação urbana. Quero contribuir para que haja mais qualidade de vida, para que as pessoas gostem de residir cá e para que haja mais convívio, proximidade e vizinhança e não sejamos apenas uma selva de betão onde não se conhece o vizinho da frente”, revela Graça Rodrigues.
Já os socialistas lamentam que “haja cada vez mais pessoas a sair da cidade” e que o parque subterrâneo junto ao mercado, com mais de 200 lugares, continue por abrir. Em resposta, o actual presidente afirma que “as pessoas esquecem-se que o PS tem uma enorme responsabilidade no Polis, que não tinha defeitos quando foi aprovado por unanimidade”.
“A senhora faz de conta que o PS não esteve 12 anos no poder antes de eu chegar. E ainda tem a distinta lata de dizer que não cuido dos cidadãos e não estou preocupado? Quando luto, diligencio o dinheiro e vou efectuar a obra?”, pergunta o autarca ao PS. No entanto, José Faustino admite algumas falhas. “Agora que está implementado, verifica-se que há situações que devem ser reformuladas. No estacionamento, a Junta insistiu desde o primeiro momento junto da Câmara, não só para a abertura do parque mas também para que a obra da praceta João de Deus fosse concluída”, exemplifica.
Falta recuperar o ex-líbris da freguesia
O autarca colocou ainda várias questões aos outros candidatos, por considerar “importante não dizer generalidades, porque todos concordam que é preciso mais saúde, educação, escolas, mobilidade”. “Sabem qual é o orçamento da Junta? Não estamos num concurso de magia em que nas campanhas tiramos da cartola soluções para tudo”, desafiou. CDU e PS arriscaram 750 mil euros, enquanto o BE admitiu desconhecer o valor. “Em 2008 foram 970 mil euros. E é este dinheiro que tenho de gerir. Peço desculpa de ter colocado a questão, mas é importante que se perceba se os candidatos sabem o que podem gastar”, rematou.
O debate tocou ainda temas como o apoio social, matéria em que CDU e PS louvam o trabalho da junta com a terceira idade, embora considerem que ainda há lacunas. “Não há onde deixar as crianças, há falta de creches e jardins-de-infância, por isso iremos promover a abertura de uma creche 24 horas em parceria com as associações”, avança a CDU. Outra área onde há consenso é na necessidade de recuperação da Quinta Ribeiro de Carvalho.
Os candidatos estão preocupados com o estado de abandono deste “ex-líbris” da freguesia. “Tudo farei para que a Câmara adquira a casa, a recupere e se faça dali uma biblioteca ou uma casa de cultura, porque não temos nada desse género e precisamos urgentemente”, promete Graça Rodrigues. A ideia colhe o apoio do BE. “A cidade necessita de uma biblioteca que seja um espaço agradável e a Casa Ribeiro de Carvalho pode desempenhar muito bem esse papel”.
A nível da segurança, os candidatos defendem a construção de uma esquadra da PSP na freguesia (PS) e menos mudança nos comandos da Polícia (CDU). O PS também quer uma loja do cidadão e o BE pede a dinamização do auditório António Silva e que “não se deixe que o espaço da Melka caia na mão de grupos de supermercados”.
Candidatos à freguesia querem mais qualidade de vida
Os quatro candidatos ao Cacém concordam que a cidade precisa de mais qualidade de vida e lamentam o atraso das obras do Polis. Outras prioridades são a segurança e os apoios sociais.
O programa Polis, a qualidade de vida e a segurança foram os temas escolhidos pelos quatro cabeças de lista à freguesia do Cacém no debate promovido pela Rádio Clube de Sintra, Rádio Ocidente e Jornal de Sintra. Mas a conversa fica marcada pelas acusações do PS ao actual presidente José Faustino, que acabou por reagir com indignação.
“Custa-me ver o Programa Polis, um marco histórico que está votado ao abandono e não vejo da parte da Junta qualquer interesse, não vejo o presidente a lutar”, afirma Leonor Vieira. “Um presidente de junta tem de estar presente e este tem sido muito ausente, talvez por razões da vida particular, esteve fora muito tempo e a junta foi praticamente gerida por email”, acrescenta.
As acusações indignaram o autarca, que exigiu explicações. “É uma vergonha e no dia 11 de Outubro os cidadãos vão responder à provocação. Está aqui para dizer mal de mim, mas não admito que diga mentiras. Quando é que a Junta foi gerida por email?”. A candidata responde que o presidente “esteve muito tempo ausente no Brasil”. “Os seus funcionários diziam que para falar consigo só por mail”, acrescenta.
A intervenção enfurece José Faustino, que chega a ameaçar abandonar o debate. “Não admito estes ataques pessoais. Isso é algum problema legal? E o facto de a minha mulher ser brasileira é algum problema? Tenho de lhe dizer que a minha família é muito importante”, exclama, justificando que foi ao Brasil de férias e visitar a família.
Mas Leonor Vieira insiste nos ataques e acusa-o de não viver no Cacém. “Fala-se que vendeu o seu património e já não vive cá”, diz. Faustino volta a defender-se e revela que viveu 33 anos na Rua de Angola, património dos pais, que de facto vendeu. “Vendi o apartamento depois de falecerem e actualmente resido na estrada de Paço de Arcos, na minha freguesia. E não é por deixar de morar cá durante cinco anos que gosto mais ou menos do Cacém”.
A discussão teve de ser interrompida por Nuno Frade, do Bloco de Esquerda, e Graça Rodrigues, da CDU, que tentaram recentrar o debate nos problemas da freguesia. “O BE concorre pela primeira vez ao Cacém com um projecto para melhorar a mobilidade, abraçar o ambiente e o ordenamento do território e a qualidade de vida”, revela. O BE quer “que o Cacém não seja apenas um subúrbio onde as pessoas vêm dormir porque não têm dinheiro para comprar casa noutro sítio”, explica.
A CDU tem objectivos semelhantes. “O Polis contribuiu para melhorar a cidade, mas temos de continuar a requalificação urbana. Quero contribuir para que haja mais qualidade de vida, para que as pessoas gostem de residir cá e para que haja mais convívio, proximidade e vizinhança e não sejamos apenas uma selva de betão onde não se conhece o vizinho da frente”, revela Graça Rodrigues.
Já os socialistas lamentam que “haja cada vez mais pessoas a sair da cidade” e que o parque subterrâneo junto ao mercado, com mais de 200 lugares, continue por abrir. Em resposta, o actual presidente afirma que “as pessoas esquecem-se que o PS tem uma enorme responsabilidade no Polis, que não tinha defeitos quando foi aprovado por unanimidade”.
“A senhora faz de conta que o PS não esteve 12 anos no poder antes de eu chegar. E ainda tem a distinta lata de dizer que não cuido dos cidadãos e não estou preocupado? Quando luto, diligencio o dinheiro e vou efectuar a obra?”, pergunta o autarca ao PS. No entanto, José Faustino admite algumas falhas. “Agora que está implementado, verifica-se que há situações que devem ser reformuladas. No estacionamento, a Junta insistiu desde o primeiro momento junto da Câmara, não só para a abertura do parque mas também para que a obra da praceta João de Deus fosse concluída”, exemplifica.
Falta recuperar o ex-líbris da freguesia
O autarca colocou ainda várias questões aos outros candidatos, por considerar “importante não dizer generalidades, porque todos concordam que é preciso mais saúde, educação, escolas, mobilidade”. “Sabem qual é o orçamento da Junta? Não estamos num concurso de magia em que nas campanhas tiramos da cartola soluções para tudo”, desafiou. CDU e PS arriscaram 750 mil euros, enquanto o BE admitiu desconhecer o valor. “Em 2008 foram 970 mil euros. E é este dinheiro que tenho de gerir. Peço desculpa de ter colocado a questão, mas é importante que se perceba se os candidatos sabem o que podem gastar”, rematou.
O debate tocou ainda temas como o apoio social, matéria em que CDU e PS louvam o trabalho da junta com a terceira idade, embora considerem que ainda há lacunas. “Não há onde deixar as crianças, há falta de creches e jardins-de-infância, por isso iremos promover a abertura de uma creche 24 horas em parceria com as associações”, avança a CDU. Outra área onde há consenso é na necessidade de recuperação da Quinta Ribeiro de Carvalho.
Os candidatos estão preocupados com o estado de abandono deste “ex-líbris” da freguesia. “Tudo farei para que a Câmara adquira a casa, a recupere e se faça dali uma biblioteca ou uma casa de cultura, porque não temos nada desse género e precisamos urgentemente”, promete Graça Rodrigues. A ideia colhe o apoio do BE. “A cidade necessita de uma biblioteca que seja um espaço agradável e a Casa Ribeiro de Carvalho pode desempenhar muito bem esse papel”.
A nível da segurança, os candidatos defendem a construção de uma esquadra da PSP na freguesia (PS) e menos mudança nos comandos da Polícia (CDU). O PS também quer uma loja do cidadão e o BE pede a dinamização do auditório António Silva e que “não se deixe que o espaço da Melka caia na mão de grupos de supermercados”.
«Infelizmente o Cacém ainda não está completo e tenho o empenho, o saber e a vontade para me dedicar à minha terra» José Faustino, Coligação Mais Sintra
«Quero mimar o Cacém, dar-lhe uma lufada de ar e torná-lo um local aprazível para se viver com a ajuda de toda a gente» Leonor Vieira, PS
«É um desafio e uma missão, mas com trabalho e dedicação irei contribuir para que a população tenha mais qualidade de vida» Graça Rodrigues, CDU
«Temos ideias novas e defendemos um projecto de ruptura com os lobbies da construção anárquica e do imobiliário» Nuno Frade, BE
texto e fotos: Luís Galrão
1 comentário:
Os apoiantes da CDU,ainda não foi desta, para irem para o poleiro só se alugarem casa na márgem sul.
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