Queluz




Regimento de Artilharia Antiaérea N.º 1 homenageia soldados falecidos no incêndio na Serra de Sintra

O Regimento de Artilharia Antiaérea N.º 1, sedeado em Queluz, homenageou no passado dia 7 a memória dos 25 soldados daquele Regimento falecidos em 1966 no combate ao incêndio que então lavrou na Serra de Sintra. Várias cerimónias evocativas daquele trágico acidente ocorreram durante a manhã deste dia no RAAA1, as quais tiveram continuidade à tarde, no Pico do Monge, palco da tragédia na Serra, onde foram colocadas coroas de flores homenageando a memória das vítimas.

As cerimónias evocativas do 43.º aniversário do falecimento dos 25 militares do RAAF de Queluz, ocorrido em 1966 no incêndio na Serra de Sintra, tiveram início no dia 7 de manhã, no Regimento de Artilharia Antiaérea N.º 1 (RAAA1), na presença de altas patentes militares, do comandante do Regimento, do presidente da Câmara de Sintra, Fernando Seara, da presidente da Junta de Freguesia de Monte Abraão, Fátima Campos, representantes de associações de bombeiros e familiares dos 25 soldados falecidos, tendo sido celebrada missa, em memória das vítimas, pelo capelão do Regimento, major Gusmão, na Capela do Quartel.


Coroas de flores depostas no Monumento dos Mortos, no RAAAI


Emocionante discurso do comandante do RAAA1
Seguidamente, no Pátio D. Pedro III, com o corpo de tropas em sentido, e com todas as individualidades presentes, o comandante do Regimento, coronel Luís Morgado Baptista, proferiu um emocionante discurso, “recordando nesta data a suprema dádiva de 25 militares do Regimento de Artilharia Antiaérea Fixa, de que o RAAA1 é herdeiro, que faleceram no cumprimento do dever, no combate a um incêndio de gigantescas proporções na Serra de Sintra, em 7 de Setembro de 1966”. O comandante do RAAA1 relembrou depois várias situações relacionadas com o incêndio e que levaram à intervenção de 130 elementos do Regimento de Queluz no ataque ao fogo e no auxílio às corporações de bombeiros já então operando no local do sinistro, do que resultou, infelizmente, e dadas a violência do incêndio e a força do vento, que 25 militares tivessem ficado encurralados pelas chamas e sido consumidos pelas mesmas, no que constitui até hoje “o mais dramático episódio da história deste Regimento”.

O coronel Morgado Baptista afirmou depois que “ciente da sua missão e das suas responsabilidades, o RAAA1 continua a empenhar os seus homens e mulheres em actividades de prevenção e combate aos fogos florestais, no âmbito do Plano Lira e no patrulhamento nocturno da Serra de Sintra, com a mesma dedicação e empenho daqueles que hoje relembramos”. O comandante do Regimento terminou o seu discurso fazendo a chamada dos 25 militares que pereceram no incêndio, proferindo o nome de cada um, com todo o pelotão respondendo em uníssono “Presente!”, perante a emoção geral.


No Pico do Monge a homenagem aos falecidos


Em seguida foram depostas três coroas de flores no monumento aos mortos do Regimento – uma do RAAA1, outra da Câmara de Sintra e a terceira da Junta de Freguesia de Monte Abraão, para além de alguns ramos de flores de alguns familiares das vítimas.

Foram depois visitados alguns departamentos do quartel, inclusive o museu, e à tarde, às 15 horas, no Pico do Monge, na Serra de Sintra, decorreu uma nova cerimónia de evocação dos 25 militares mortos, na presença do comandante do RAAA1, de outros oficiais e praças, de Fernando Seara e outros autarcas, delegações de várias corporações de bombeiros de Sintra, Cascais e Carcavelos e Polícia Militar, durante a qual foram depostas ali novas coroas de flores. Finalmente, no próprio local da tragédia, onde estão plantados 25 ciprestes representando cada um dos militares ali falecidos, o capelão do Regimento, numa curta cerimónia religiosa evocou novamente a sua memória, rogando pelo seu eterno descanso, acto que encerrou a evocação do 43.º aniversário do trágico acontecimento.


texto e fotos: António Faias

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