“Não se paga, não se paga!” em cena
A peça levada a palco na Casa de Teatro de Sintra pelo centro de difusão cultural Chão de Oliva e da encenação de João de Mello Alvim, estreia hoje, dia 18, pela segunda vez, depois de 15 anos. Para além de um olhar sobre os problemas de meados do século passado, que se adequam aos nossos tempos, esta é também uma homenagem à falecida actriz Maria João Fontaínhas.
Uma estória bem-humorada que, apesar de não ter sido escrita na última década, aponta mordazmente os principais problemas com que os cidadãos se deparam no quotidiano de hoje em dia: o desemprego, a falta de poder de compra, o desânimo, a insatisfação face ao governo. É assim uma pintura contemporânea da sociedade, recriada a partir do texto do Nobel da Literatura de 1997, Dario Fo, construída de forma inteligente sob os dramas e o absurdismo de peripécias de dois casais amigos, de um polícia, de um sargento e de um cangalheiro. São estes os ingredientes para uma peça que, apesar de divertida, leva o público a reflectir sobre a actualidade.
O Jornal de Sintra assistiu a um dos ensaios do “Não se paga, não se paga!”, que estreará hoje, sexta-feira, na Casa de Teatro de Sintra pelo Centro de Difusão Cultural Chão de Oliva, mas que teve já uma ante-estreia destinada especialmente “para os candidatos às eleições legislativas e autárquicas”, contou o encenador João de Mello Alvim, já que, numa altura em que se fala tanto em subsídios, mas que poucos são destinados às artes e à cultura, este será “o subsídio para os agentes políticos actuais”.
Um bis, 15 anos depois
O encenador apontou a ideia errada de que os criadores artísticos estão fechados à realidade: “Não, nós participamos da sociedade” e o teatro “tem uma função social”. “Ao fazer teatro não fechamos a porta e os problemas ficam do lado de fora”, explicou.
De facto, pela sua temática tão actual e devido à vontade da equipa do Chão de Oliva de “questionar a situação política, económica e social actual”, esta encenação volta ao palco, numa versão “redux” daquela que foi feita em 1994, exibida no extinto Cine Teatro Carlos Manuel.
A escolha de uma peça do escritor pouco convencional Dario Fo não foi inocente: “Fizemo-lo com a consciência da escolha de um texto que, para além de nos confrontar com realidades sociais amargas que, trinta e muitos anos depois não foram esbatidas, traz-nos também a alegria primordial do teatro: o jogo”, ressaltou João de Mello Alvim.
A peça tem também um lado afectivo, já que é uma homenagem à falecida actriz Maria João Fontaínhas, que protagonizou a personagem Antónia, na encenação de 1994, e que continua “presente no dia-a-dia do Chão de Oliva”.
O jogo de situações e de palavras, o drama e a comédia, a ironia e a expressividade dos actores focam “de forma leve, divertida e ao mesmo tempo trágica” temas com os quais o público, com certeza, se identificará.
texto e fotos: Vanessa Sena Sousa
Uma estória bem-humorada que, apesar de não ter sido escrita na última década, aponta mordazmente os principais problemas com que os cidadãos se deparam no quotidiano de hoje em dia: o desemprego, a falta de poder de compra, o desânimo, a insatisfação face ao governo. É assim uma pintura contemporânea da sociedade, recriada a partir do texto do Nobel da Literatura de 1997, Dario Fo, construída de forma inteligente sob os dramas e o absurdismo de peripécias de dois casais amigos, de um polícia, de um sargento e de um cangalheiro. São estes os ingredientes para uma peça que, apesar de divertida, leva o público a reflectir sobre a actualidade.
O Jornal de Sintra assistiu a um dos ensaios do “Não se paga, não se paga!”, que estreará hoje, sexta-feira, na Casa de Teatro de Sintra pelo Centro de Difusão Cultural Chão de Oliva, mas que teve já uma ante-estreia destinada especialmente “para os candidatos às eleições legislativas e autárquicas”, contou o encenador João de Mello Alvim, já que, numa altura em que se fala tanto em subsídios, mas que poucos são destinados às artes e à cultura, este será “o subsídio para os agentes políticos actuais”.
Um bis, 15 anos depois
O encenador apontou a ideia errada de que os criadores artísticos estão fechados à realidade: “Não, nós participamos da sociedade” e o teatro “tem uma função social”. “Ao fazer teatro não fechamos a porta e os problemas ficam do lado de fora”, explicou.
De facto, pela sua temática tão actual e devido à vontade da equipa do Chão de Oliva de “questionar a situação política, económica e social actual”, esta encenação volta ao palco, numa versão “redux” daquela que foi feita em 1994, exibida no extinto Cine Teatro Carlos Manuel.
A escolha de uma peça do escritor pouco convencional Dario Fo não foi inocente: “Fizemo-lo com a consciência da escolha de um texto que, para além de nos confrontar com realidades sociais amargas que, trinta e muitos anos depois não foram esbatidas, traz-nos também a alegria primordial do teatro: o jogo”, ressaltou João de Mello Alvim.
A peça tem também um lado afectivo, já que é uma homenagem à falecida actriz Maria João Fontaínhas, que protagonizou a personagem Antónia, na encenação de 1994, e que continua “presente no dia-a-dia do Chão de Oliva”.
O jogo de situações e de palavras, o drama e a comédia, a ironia e a expressividade dos actores focam “de forma leve, divertida e ao mesmo tempo trágica” temas com os quais o público, com certeza, se identificará.
texto e fotos: Vanessa Sena Sousa
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