Artigo de Opinião

Esclarecimento sobre a carta aberta da Associação Dínamo

Chegou-me às mãos, hoje e casualmente, o Jornal de Sintra do dia nove de Outubro. Li a “Carta aberta ao Pároco de Rio” escrita pelo senhor João Duarte da Associação Dínamo. Sendo eu colaboradora da Dínamo e também colaboradora do pároco de Rio de Mouro, na obra social que ele desenvolve junto da comunidade parece-me oportuno esclarecer alguns pontos: A Dínamo é uma associação recente e que ainda pouca gente conhece. Que eu saiba nunca se apresentou, nem apresentou o seu projecto ao pároco, nem nunca lhe tinha pedido ou oferecido colaboração;

O Auditório da Igreja Paroquial de Rio de Mouro é utilizado semanalmente e gratuitamente pelos alunos da Escola Secundária Leal da Câmara (alguns deles pertencentes à Dínamo), para os ensaios de teatro, para as suas representações e outras actividades;

O mesmo Auditório é utilizado gratuitamente por outras instituições da freguesia, nomeadamente pelo Rancho Folclórico e Cultural da Rinchoa – Sintra, por comissões de festas, pela Junta de Freguesia, pela Câmara Municipal e muito pontualmente por organizações políticas.

O Auditório é também alugado, nomeadamente a colégios, empresas e outros.

O Auditório é um bom e útil equipamento, mas tem custos de manutenção e de actualização. Como diz o povo, não se faz omeletas sem ovos.

Como colaboradora do pároco de Rio de Mouro na obra social que desenvolve, sinto-me na obrigação de deixar à Dínamo alguns dados que, se calhar, desconhece:

A paróquia de Rio de Mouro, orientada pelo seu pároco, garante a alimentação a cerca de 120 famílias, que semanal e mensalmente a procuram para poderem sobreviver. Estas famílias são, na generalidade, constituídas por idosos com pensões de miséria, desempregados de longa duração, pessoas com subsídios de reinserção e pessoas com fome que vão por ali aparecendo. Maior fosse a capacidade financeira, física e humana da igreja e mais famílias necessitadas seriam ajudadas.

A igreja liderada pelo pároco de Rio de Mouro alberga, nas suas instalações, 130 crianças dos zero aos cinco anos, doze horas por dia, crianças que, na sua grande maioria, vêm de famílias carenciadas; apoia 35 idosos, em Centro de Dia, idosos muito dependentes que, diariamente, vai buscar e levar a casa, e os mantém acompanhados, cuidados, acarinhados e alimentados; faz também apoio domiciliário a 45 idosos, a quem leva a refeição, faz higiene pessoal e/ou higiene da habitação e tratamento de roupas.

O pároco de Rio de Mouro é um homem preocupado com o bem-estar das pessoas e por isso aceitou gerir, com os seus voluntários, o Centro Comunitário do Alto do Forte, frequentado por 90 crianças dos zero aos cinco anos e 15 idosos em Centro de Dia.

Para além dos voluntários, o pároco de Rio de Mouro dá emprego a sessenta funcionários.

Resta dizer que ele, o pároco de Rio de Mouro, é voluntário na gestão destes equipamentos e na orientação desta obra social, visto que não aufere qualquer verba pelo seu trabalho e responsabilidade.

Quanto a associações de juventude, o pároco de Rio de Mouro dá assistência a instalações a algumas centenas de escuteiros e diversos grupos de jovens católicos.

Se com a “Carta aberta ao Pároco de Rio de Mouro” a Dínamo pretende atingir a pessoa, é injusto e excessivo; se a finalidade é fazer um exercício de escrita, têm muito que treinar, o discurso é longo e chato se ficaram muito penalizados por não poderem receber num auditório com a capacidade para quatrocentas pessoas as cerca de trinta que estiveram no debate, talvez o consigam quando o reverendo pároco conhecer a Dínamo, a sua direcção e os seus projectos.

Ao reverendo pároco de Rio de Mouro peço perdão pelo meu atrevimento em responder, sem seu conhecimento, a uma carta que me não foi dirigida, mas nunca fico indiferente a uma injustiça.

Maria Alice Monteiro da Silva – Rio de Mouro

3 comentários:

Unknown disse...

Permitam-me o seguinte comentário, por favor:

1 - Acho curioso que seja a Drª Maria Alice Monteiro, ex-Presidente da Junta de Freguesia de R.Mouro pela CDU, a responder a esta carta da Dínamo, em vez do destinatário da mesma. O sr. Pároco de Rio de Mouro não quis ou não soube responder?

2 - O auditório da Igreja paroquial já tem sido utilizado para iniciativas de carácter político, inclusivé por parte da CDU, partido da Drª Maria Alice Monteiro. Será possível saber-se qual o valor pago para esse efeito, nomeadamente pela utilização que foi feita deste espaço em recentes iniciativas eleitorais (apresentação de candidatos, por ex.)?

3 - Finalmente, creio que todas as iniciativas como esta dos jovens da Dínamo só merecem mesmo apoio e aplauso, sobretudo pela independência e vontade de fazer algo útil pela Comunidade onde se inserem e onde exemplos destes são tão raros. Dizer que a carta que escreveram é "longa e chata", na minha modesta opinião, é ralhete que não se justifica e evidencia algum "paternalismo" desnecessário. Até porque, efectivamente, o texto que aqueles jovens dirigiram ao Sr. Pároco de Rio de Mouro está excelentemente bem escrito, é correctíssimo na sua abordagem - e, infelizmente, ficou sem resposta de quem a devia dar.


Com os melhores cumprimentos


António Luís Lopes

Anónimo disse...

Boa tarde,
Como Presidente da Direcção da Dínamo, gostaria de esclarecer publicamente o "esclarecimento" acima publicado.
Em primeiro lugar, os meus parabéns ao Jornal de Sintra, pela exemplar pluralidade e pela liberdade de expressão que tem vindo a patrocinar e motivar na sociedade civil sintrense.
Em segundo lugar, a carta aberta em questão não é uma carta elaborada pela Dínamo, nem nunca o poderia ser, visto que não foi alvo de discussão colegial - nem em sede de Direcção, ou de Assembleia Geral. É sim elaborada por um cidadão que, tomando conhecimento desta situação, de livre vontade, decidiu escrevê-la, assinando-a devidamente. Atribuir a autoria deste documento à Dínamo é um equívoco, seja de quem for.
Em terceiro lugar, gostaria de dizer que tenho um enorme respeito pessoal pela Dra. Maria Alice (que bem o sabe) e que acredito ser uma referência para todos os riomourenses.
Como me assiste a mim salvaguardar a imagem pública da Dínamo, deixo aqui algumas considerações que não poderiam deixar de ficar registadas. Faço-o aqui e não usufruindo de um eventual "direito de resposta" no Jornal de Sintra, porque acho que não vale a pena alongar mais este assunto e que, a informação essencial já está passada aos Munícipes e aos riomourenses.
Assim, a Dínamo apresentou-se (enquanto grupo informal de jovens) ao Sr. Padre em questão em Junho de 2006, altura em que aliás, tivemos uma série de reuniões com entidades riomourenses e, algumas delas foram com a Dra. Maria Alice que sempre demonstrou entusiasmo com o projecto da Dínamo.
Por essa altura, o Sr. Pároco indicou que, consoante os projectos apresentados pela Dínamo, poderia disponibilizar-nos o auditório.
Quanto ao conhecimento da Dínamo por parte da comunidade local, não nos cabe a nós pronunciar-nos, ficando apenas a nota que no seu ano e meio de existência oficial, a Dínamo é constituída por 80 jovens associados, todos voluntários, e que, apesar de lutar contra a constante precariedade; apesar de ser uma associação de âmbito local, é já uma associação juvenil com projecção internacional e com uma nomeação para um prémio pela Comissão Europeia, decorrente de um dos projectos desenvolvidos no âmbito da Cidadania Activa - não há nenhuma organização ou instituição em Rio de Mouro a fazer um trabalho semelhante ao da Dínamo. Recomendamos vivamente a consulta a www.dinamo.pt onde se encontram bastantes informações relativas ao nosso trabalho.
O grupo de alunos da Escola Secundária de Leal da Câmara de que fala a Dra. Maria Alice (e que é independente da Dínamo), comentou connosco há uns dias que o Sr. Pároco também lhes estaria a pedir dinheiro para ensaiarem nesta nova temporada. Isto é verdade?
Se o auditório é cedido gratuita e pontualmente a outras associações sem fins lucrativos e partidos políticos (como assinala), permanece a simples questão do porquê de não o ceder à Dínamo (associação igualmente sem fins lucrativos) para o 1º Debate Eleitoral que existiu na freguesia de Rio de Mouro, em 35 anos de Democracia.
Sublinhamos todo o mérito no trabalho de Solidariedade Social que a Instituição desenvolve e, aliás, apoiamo-lo sempre que podemos, como aconteceu com o Gabinete de Apoio e Partilha (GAP) por altura do Natal Azul (evento criado e promovido pela Dínamo, Dezembro 2008), como poderão confirmar. Fizemo-lo também com outras organizações, como a Amnistia Internacional. Achamos que este esforço é sempre louvável e nunca o poremos em causa, pelo contrário.
Os apoios dados pelo Sr. Padre a outras associações de carácter juvenil, mais uma vez são louváveis e muito necessários; mas aqui também sentimos que nós não somos menos "juvenis" que os outros; aliás os subsídios que permitem este tipo de apoios saem da contribuições de todos os bolsos e não só de alguns.
(continua no próximo comentário...)

Anónimo disse...

(...continuação do comentário anterior)
Reduzir aqui o mérito das actividades promovidas pela Dínamo e fazer pouco da preceriedade em que, infelizmente, existimos, não pode ser o objectivo desta resposta, porque, isso sim, seria uma sórdida injustiça.
Tivemos 62 votos na Casa-Museu, portanto creio que o número poderá ser considerado oficial.
Por último, e como até já combinámos tomar um café brevemente, resta-me assinalar novamente a elegância que sempre observei na Dra. Maria Alice e o exemplo de força que considero ser para a Freguesia. Obrigado por levar (sempre) a Dínamo em consideração :)

Sérgio Xavier
(Presidente Direcção Dínamo)