“A Sala Magenta” de Mário de Carvalho

Vence Prémio Literário Fernando Namora Instituído pela Estoril Sol

Está encontrado o vencedor da 12.ª edição da Prémio Literário Fernando Namora, instituído pela Estoril Sol.

A escolha do Júri recaiu, por maioria, em Mário de Carvalho e no seu título “A Sala Magenta”, um romance repassado de ironia, embora com um traço melancólico.

Na acta do prémio pode ler-se que o júri, presidido pelo escritor e ensaísta Vasco Graça Moura, ao distinguir “A Sala Magenta”, teve em conta “a elevada qualidade estilística e narrativa desta obra e a humanidade do olhar que lança sobre o universo da criação artística e da existência”. É a segunda vez que Mário de Carvalho vence o Prémio Literário Fernando Namora. A primeira foi em 1996 com o romance “Um Deus Passeando pela Brisa da Tarde”, igualmente distinguido com o Grande Prémio da Associação Portuguesa de Escritores (APE).

Em “A Sala Magenta”, Mário de Carvalho ensaia, como assinala a crítica, um estudo de carácter, tendo como protagonista um cineasta medíocre a fundar-se na consciência da sua própria mediocridade.

Mário de Carvalho é um escritor lisboeta nascido em 1944. Licenciado em Direito, em 1969, desenvolveu actividade política contra a ditadura, ainda nos tempos de estudante. Exilou-se em França e na Suécia, tendo regressado a Portugal após o 25 de Abril em 1974. Exerceu advocacia em Lisboa e estreou-se como escritor com “Contos da Sétima Esfera” (1981).

Possuidor de uma invulgar versatilidade literária, Mário de Carvalho cultivou também o conto, conquistando o Grande Prémio APE com “Quatrocentos Mil Sestércios” (1992) seguido do “Conde Jano”. Como dramaturgo, assinou várias peças, designadamente, “O Sentido da Epopeia”, “A Rapariga de Varsóvia”, “Se Perguntarem Por Mim Não Estou” e “Haja Harmonia”, que viu representadas.

O Prémio Literário Fernando Namora, lançado em 1988, tem nesta sua edição o valor de 25 mil euros. O júri, além de Vasco Graça Moura, foi integrado por Guilherme D‘ Oliveira Martins, em representação do Centro Nacional de Cultura, José Manuel Mendes, pela APE, Maria Carlos Gil Loureiro, pela Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas, Manuel Frias Martins, pela Associação Portuguesa dos Críticos Literários e ainda por Maria Alzira Seixo e Liberto Cruz, convidados a título individual e Lima de Carvalho e Dinis de Abreu, em representação da Estoril Sol, entidade promotora do Prémio.

Recorde-se que estiveram a concurso 50 romances relativos a 2008, entre os quais se encontravam os mais cotados escritores portugueses, o que é um testemunho bem elucidativo do prestígio alcançado por este Prémio Literário da Estoril Sol.

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