Sintra

No Centro Cultural Olga Cadaval

Fernando Seara defende na tomada de posse uma sociedade justa, livre e solidária

Os membros eleitos para a Assembleia Municipal e Câmara Municipal de Sintra para o mandato de 2009-2013 tomaram posse no dia 29 de Outubro passado, numa cerimónia que teve por palco o Auditório Jorge Sampaio, do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra. Um momento revestido da adequada solenidade, no qual o presidente da Câmara, Fernando Seara, a par de algumas promessas dirigidas ao concelho e aos sintrenses, não se eximiu a alertar para as muitas dificuldades que o país atravessa e se prenuncia virem a acentuar-se.

A tomada de posse dos membros eleitos para a Assembleia Municipal e para a Câmara Municipal de Sintra no passado dia 11 de Outubro realizou-se na 5.ª-feira da semana passada, dia 29 de Outubro, no Auditório Jorge Sampaio, do Centro Cultural Olga Cadaval, que registou uma grande assistência.

Com a cerimónia presidida pelo presidente da Mesa da Assembleia Municipal, Ângelo Correia, pelo palco passaram os eleitos pelas diversas forças políticas para as Juntas de Freguesias, Assembleia Municipal e Câmara Municipal, os quais procederam à assinatura dos respectivos actos de posse, premiados com muitos aplausos.

Na ocasião usaram da palavra alguns dos eleitos, tendo João Silva, do Bloco de Esquerda, afirmado que o B.E. tudo fará para melhorar Sintra, que a população pode contar com o B.E. para fazer uma Sintra Melhor, mas que não contem com esta força política para pactuar com coisas com que não concorda.

Lino Paulo (CDU), por seu lado, formulou votos para que a força vencedora concretize as promessas feitas na campanha, referindo algumas carências do concelho, para resolução das quais fez exigências ao Governo, e assumiu a disponibilidade da CDU para ajudar a resolver os problemas do concelho, mantendo porém a sua independência em relação ao poder instituído.

Por sua vez José Jorge Letria (PS) afirmou que os habitantes de Sintra exigirão o cumprimento das promessas feitas pelas forças vencedoras, prometendo que o PS respeitará “as decisões tomadas por estas sempre que com as mesmas concordemos, mas não pactuaremos com outras com que não concordemos”.

António Rodrigues, da Coligação Mais Sintra, prometeu, entre outras coisas, lutar por mais segurança, pela construção do hospital, por maior intervenção das Juntas de Freguesia, “de forma a continuar a merecer a confiança dos sintrenses que nos elegeram”, terminando com uma saudação a Fernando Seara pela sua dedicação a Sintra, ao qual prometeu a sua total lealdade.

Ângelo Correia presidiu às cerimónias

Fernando Seara assume cumprimento das promessas
O presidente da Câmara encerrou a série de discursos referindo ser este o terceiro mandato que vai desempenhar como presidente da Câmara de Sintra, mas afirmando que “independentemente de maiorias absolutas e apesar de mais uma vez a ter alcançado não desejo exclusões”, convidando “todos os eleitos a assumirem, na sua plenitude, o mandato que lhes foi conferido”, mas também “todos os outros, provindos de forças políticas diversas, que, estou convicto, convergirão numa única preocupação – o serviço a Sintra e aos sintrenses”.

E noutra passagem: “Foi, é e será meu propósito que Sintra se reveja na República soberana dos nossos tempos, que se baseie na dignidade da pessoa humana e na vontade popular e empenhada na construção de uma sociedade livre, justa e solidária”. “E conto com todos os dirigentes e funcionários do Município, a quem deixo duas palavras: uma de gratidão e outra de estímulo, para continuarem a servir com eficiência e excelência todos os sintrenses”, afirmou o edil sintrense, que adiantou que “esta posse não significa um novo começo. Significa a continuidade de um trabalho que vem sendo executado ao longo de oito anos e que mereceu ratificação por sufrágio directo dos cidadãos”.

Crise económica também foi referida
Referindo-se à crise que o país e o mundo atravessam, o presidente da Câmara afirmou: “Portugal vive, porventura, a mais grave crise económica desde os idos tempos de 1978, e economistas há que a consideram a mais grave desde 1930”. “Não tenhamos medo das palavras: estamos em acentuada crise económica e social. Lá virão as outras todas a reboque, como ensina dolorosamente a história”, disse Fernando Seara, acentuando: “Não me venham dizer que estou a ser pessimista”, para a seguir formular a seguinte pergunta: “mas é ser pessimista quando se fala dos quase 600 mil desempregados previstos até ao final do ano? Quando se aponta um défice público superior ao PIB nacional? Quando se sinaliza a quase duplicação do número de insolvências?”. “Mas o mais dramático é que o que se passa e se sente é tão-somente o preâmbulo da verdadeira crise que vai assolar as periferias urbanas com o aprofundamento do desemprego, da conflitualidade social e com a escassez de meios para assegurar os custos da manutenção das actuais políticas sociais”, lembrou de forma dramática o autarca presidente da Câmara, que acentuou todavia que “os nossos compromissos eleitorais serão assumidos, e não deixaremos de organizar, com êxito, em 2011, o Congresso das Cidades Património Mundial que conquistámos em Quito (Equador); não deixaremos de lutar pelo hospital, pelos urgentes centros de saúde e por novas esquadras e postos; não deixaremos de partilhar responsabilidades para as novas circulares do Cacém”, “protagonizar a revisão do PDM”, mas para além destes compromissos, “é neste preciso momento que como presidente da Câmara de Sintra assumo que o meu primeiro desígnio é defender, até ao limite das minhas forças, os mais fracos, os mais vulneráveis, os mais débeis, das consequências sociais que a crise que aí está irá ainda comportar”, frisou Seara, que terminou afirmando que “Sou um homem de esperança; acredito nos meus concidadãos; acredito que todos seremos capazes de resistir ao amanhã e projectarmos Sintra num futuro diferente e melhor”.

texto e foto: António Faias

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