Sintra

No Centro Cultural Olga Cadaval

Maratona de Bandas Filarmónicas do Concelho de Sintra
com participação de cerca de sete centenas de músicos



Banda Filarmónica de São Bento de Massamá (FilarmoniArtes) e o Grupo Coral

A Maratona de Bandas Filarmónicas do Concelho de Sintra levou ao Centro Cultural Olga Cadaval, nos passados dias 11 e 12, cerca de sete centenas de músicos, integrantes das 13 bandas filarmónicas do concelho. A coroar o evento actuou no segundo dia, como convidada, a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana. Um acontecimento musical que mereceu a presença de numerosos espectadores, que não regatearam aplausos a todas as bandas.

Numa organização da Câmara Municipal de Sintra e tendo por palco o auditório Jorge Sampaio do Centro Cultural Olga Cadaval, em Sintra, realizou-se nos passados dias 11 e 12 a Maratona de Bandas Filarmónicas do Concelho de Sintra, na qual participaram as 13 bandas filarmónicas do concelho.

Com a actuação de cada banda precedida da leitura do seu historial, bem como do currículo do maestro que a ia dirigir, actuaram no primeiro dia a Banda Filarmónica de São Bento de Massamá (FilarmóniArtes), que abriu a sessão, seguindo-se as bandas da Cidade de Agualva- -Cacém, da Sociedade Filarmónica “Os Aliados” (S. Pedro de Sintra), Boa União Montelavarense, Bombeiros Voluntários de Colares, Instrução e Recreio Familiar de Lameiras e a da Sociedade Filarmónica e Recreativa de Pêro Pinheiro.

Sem pretender sobrevalorizar qualquer das bandas em relação às suas congéneres, referiremos todavia a actuação da FilarmóniArtes, de Massamá – dirigida pelos maestros Melo Vieira e João Juvandes –, que se fez acompanhar do Grupo Coral de S. Bento de Massamá, que num excelente momento de ópera trouxe ao auditório a famosa peça “Amigos para Sempre”, com a participação especial dos cantores Vanessa Freitas (soprano) e Pedro Osório (tenor), os quais, com as suas extraordinárias vozes, galvanizaram a assistência, que os aplaudiu de pé.

No segundo dia actuaram as bandas da Sociedade Filarmónica de N.ª Sr.ª da Fé de Monte Abraão, do Grupo Bandolinista 22 de Maio de 1925 (Idanha), da Sociedade Filarmónica de Mira-Sintra, da União Mucifalense, da União Assaforense e da Sociedade Recreativa e Musical de Almoçageme.

Duas tardes em que passaram pelo Grande Auditório Jorge Sampaio, durante mais de cinco horas em cada dia, as 13 bandas filarmónicas do concelho de Sintra, que ali vieram patentear, cada uma delas, todo o seu valor, que é muito, fruto de um exaustivo e abnegado trabalho exigido pelos ensaios e concertos realizados durante todo o ano, e ao longo de anos, numa valorização também do concelho de Sintra, e cada uma delas executando várias peças do seu reportório, com o público, que nunca encheu o auditório – tenha-se em conta as muitas horas exigidas em cada dia para o espectáculo –, a aplaudir entusiasticamente cada actuação.

Banda Sinfónica da GNR em fim de festa
Terminada Maratona de Bandas actuou como banda convidada, e após uma hora de intervalo, a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, dirigida não pelo seu maestro titular, João Afonso Serqueira, mas por João Aires Moreira da Silva, sargento-ajudante, que ali prestava prova de mestrado para maestro. João Aires, que já possui os cursos de bacharelato e licenciatura em música na variante de clarinete, é clarinete principal solista da Banda Sinfónica da GNR e, para além de outros cargos musicais que desempenha, é desde 2004 maestro da banda da Sociedade Filarmónica e Recreativa de Pêro Pinheiro.

No final do seu exame João Aires disse-nos que foi a primeira vez que dirigiu a Banda Sinfónica da GNR e que esta direcção da banda e da peça “Abertura Sinfónica” é a parte técnica e prática do exame, a qual faz parte da tese escrita que o mestrando tem de apresentar, já que o seu mestrado é em direcção de orquestra de sopro.

À nossa pergunta sobre a emoção que sentia neste momento, João Aires revelou-nos que “é muito grande, porque é diferente dirigir uma banda filarmónica de uma colectividade, muito mais pequena, do que dirigir a Banda Sinfónica da GNR, hoje composta por 83 elementos, mais uma pianista convidada; e ainda por cima a sinfonia executada é muito difícil, com compassos compostos muito difíceis e com uma massa de som muito potente”.

Quanto a ter assegurado a sua ascensão ao mestrado, João Aires afirmou que “ainda me falta concluir a parte escrita”, considerando no entanto que “a parte mais importante e difícil era a direcção da banda, mas só possuirei o mestrado quando concluir as duas partes”. João Aires revelou- nos que obteve a nota 17 na direcção, e que “com a nota 16 já se é considerado muito bom”, salientando porém que fez o mestrado “apenas com a intenção de aprender, de saber mais”, referindo que nos últimos dois anos teve de estudar muito, mais de 200 obras, algumas muito difíceis de dirigir.

Sobre a abertura, para si, de novas portas com a posse do mestrado, o maestro afirmou que “não sei que portas abro, só sei que estou mais habilitado, que tenho mais consciência
daquilo que faço, porque quando faço uma coisa gosto de fazê-la bem”. “E posso afirmar que hoje estou muito feliz, o concerto correu-me muito bem, mas continuarei a estudar sempre, porque quem pensar que atingiu o máximo e não precisa de aprender mais cai na decadência, pelo que continuarei a ter aulas com o meu professor, que é francês, Jean Sebastien Bereau”, acentuou, a concluir, João Aires.

Vereador considera que a Maratona foi um sucesso
No final da Maratona de Bandas o vereador da Cultura e Turismo, Luís Patrício, ali acompanhado por Maria João Raposo, directora do Departamento de Cultura e Turismo da« Câmara, considerou que “esta Maratona de Bandas decorreu muito bem, e temos de realçar o facto de só num concelho onde a actividade das bandas de música é intensa é que conseguimos realizar um evento desta natureza e com esta dimensão. E atribuímos-lhe o nome de Maratona de Bandas porque de facto tratou-se de dois dias em que as 13 bandas filarmónicas do concelho se apresentaram aqui no Olga Cadaval, num evento que encerrou com a actuação de uma banda convidada, a Banda Sinfónica da Guarda Nacional Republicana, realizando todas excelentes concertos”.

A concluir, Luís Patrício frisou: “Realce-se ainda o facto de todas as bandas filarmónicas do concelho possuírem escolas de música e terem participado nesta Maratona cerca de sete centenas de músicos, número bastante assinalável, pelo que a Câmara de Sintra e o pelouro da Cultura, que tenho a honra de tutelar, bem como o Centro Cultural Olga Cadaval, nos orgulhamos muito por termos contribuído para a organização deste espectáculo, que foi um sucesso”.

texto e foto: António Faias

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