Sintra


Exposição dos SMAS animam Vila Alda


Os SMAS-SINTRA inauguraram no dia 25 de Julho, na Vila Alda (Casa do Eléctrico), uma exposição sobre a vida e actividade dos Serviços Municipalizados de Sintra desde a sua constituição, que contou com um pequeno concerto musical, com peças alusivas à água (Caminhar – Franz Schubert, As Quatro Estações - António Vivaldi, A Truta - Franz Schubert, Serenata - Joseph Haydn, Danúbio Azul - Johan Strauss, e Música Aquática, Haendel), tocadas por Ventzislav Grigorov e Bistra Anastasova.


Baptista Alves, presidente dos SMAS, e Rui Santos, director do espaço Vila Alda



A exposição estará patente ao público até ao dia 23 de Agosto. Podem ser visto equipamentos e documentos referentes à «vida» dos SMAS-SINTRA, através das fotografias de José Pedro Santa-Bárbara. A exposição pretende assinalar a passagem do 63º aniversário dos SMAS-SINTRA (o resgate da concessão deu-se a 22 de Maio de 1946, tendo-se realizado a 1ª reunião do Conselho de Administração dos Serviços a 18 de Julho desse mesmo ano).


No piso térreo, a mostra incide sobre a parte histórica dos SMAS e sobre as obras feitas pelos serviços, com destaque para a Conduta DN 1000, Reservatórios (Mucifal, Pernigem, Morelinho e Várzea de Sintra), e Estações de Tratamento (Negrais, Almorquim).


No 1 º andar, destaque para o capítulo da qualidade da água - em que se podem observar diversos equipamentos usados no Laboratório dos SMAS-SINTRA-, e para a sensibilização ambiental, área em que os Serviços se têm destacado. Está ainda presente um esquema do ciclo do abastecimento de água e das águas residuais domésticas.


Esta exposição tem ainda como objectivo a recolha de documentos, equipamentos e memórias, com vista à criação do futuro espaço museológico orientado para a temática da água, contribuindo assim para a sensibilização da população relativamente à necessidade de preservação de um recurso natural – raro e escasso. Um espaço de desenvolvimento de actividades e valores associados à água, e onde os conceitos científicos, tecnológicos e técnicos se conhecem de modo interactivo, sensorial e lúdico. Um espaço de memória, contribuindo para o conhecimento das tradições ligadas à problemática da água, e colocando em evidência a singularidade da paisagem de Sintra, enquanto valor cultural e patrimonial.


A água na poesia


(...) Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.


Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.


Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.


Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:


Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.


António Gedeão, Lágrima de preta


(...) Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas
que por isso,
se denominam máquinas a
vapor (...)


António Gedeão, Lição sobre a água


(...) É o carro enguiçado, é a
lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é
um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz
da manhã
São as águas de Março
fechando o verão (...)


Tom Jobim, Águas de Março


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