O novo acordo de colaboração entre os Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra e as Associações de Bombeiros Voluntários de todo o concelho foi assinado no dia 22 de Julho. O objectivo principal é prevenir o uso indevido das águas públicas e viabilizá-las para uma melhor utilização no combate aos incêndios.
Foi assinado, no dia 22 de Julho, pelas 18 horas, na sede dos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Sintra, o novo Acordo de Colaboração entre a entidade e as Associações de Bombeiros Voluntários de todo o concelho, relativo aos hidrantes (mais conhecidos por marcos de incêndio) do sistema de distribuição da água pública. Esta é a segunda fase de um projecto, iniciado em 2004, que tem como principal objectivo prevenir o uso indevido da água, no âmbito do Programa de Combate às Perdas de Água, pela “regulação criteriosa do uso dos hidrantes neles integrados” através da “vigilância, fiscalização e inspecção” pelos corpos de bombeiros.
As nove entidades que representam os bombeiros do concelho e os SMAS pretendem dar continuidade a uma cultura anti-desperdício, aumentando também o estado de prontidão daquele que é um dos mais importantes equipamentos de combate aos incêndios: os hidrantes. No início do projecto, o desperdício de água “era altamente preocupante”, explicou o presidente dos SMAS, Baptista Alves. Havia 40% de perdas, “no sentido em que era água que não era facturada e que também não chegava às torneiras dos consumidores”. Era necessário, por isso, fazer um inventário da rede de distribuição de água para se poder traçar um plano viável.
Hoje em dia há 741 marcos de incêndio em todo o concelho, o que está “ainda longe dos objectivos”, referiu o responsável. No entanto, salientou, o projecto tem sido um êxito e “o combate às perdas de água vai assumir uma nova dinâmica por força de um acordo que vem dar mais importância ao projecto Eco Água”.
De 2002, quando começou o Programa de Combate às Perdas de Água, a 2008, a iniciativa contribuiu para uma redução em 23.686.066 m3, o equivalente a 118.430.330.000 copos de água de 20 cl.
Um projecto inovador
Racionalizar e garantir o uso sustentável e sustentado da água são os objectivos do projecto. A forma encontrada para se reduzir o consumo a partir da rede de abastecimento consiste no fornecimento gratuito de água não tratada e não controlada, como por exemplo águas produzidas nas ETAR, para utilizações que não exijam água potável, como a lavagem de ruas ou o combate a incêndios.
Os benefícios são, assim, de cariz “económico e ambiental”, salientou Baptista Alves. O projecto entrara numa fase de estagnação, mas com o “sangue novo”, tudo indica que terá um grande impulso. Uma das novas metas será o “alargamento das utilizações directas em grandes espaços, grandes parques urbanos”.
Com a colaboração da Universidade de Agronomia e o incentivo do Acordo entre os SMAS e os corpos de bombeiros, estes projectos “que são caminhos que ainda não foram percorridos”, parecem ter um futuro promissor e constituir uma garantia para que o cidadão não pague mais do que aquilo que consome.
texto: Vanessa Sena Sousa
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