Colares
Foi sede de um antigo município entre 1255 e 1855, ano em que passou a integrar o concelho de Sintra. Elevada a vila desde tempos imemoriais, regista 7472 habitantes nos censos de 2001. Um dos extremos da freguesia é o ponto mais ocidental da Europa.
A freguesia tem de apostar no turismo e no litoral
O actual presidente Rui Santos aceitou recandidatar-se como independente nas listas da Coligação Mais Sintra a Colares. O autarca terá como concorrentes Graça Pedroso, do PS, e Joaquim Alves, da CDU, ambos com vontade de dedicar-se à freguesia.
Disseram que gostaram do meu trabalho e eu aceite, recandidatar- me como independente se tivesse condições, porque neste mandato não senti muito apoio”, revela Rui Santos. O candidato da Coligação Mais Sintra quer “continuar o trabalho e fazer melhor, porque um mandato de quatro anos é muito pouco”. “Fomos para a Junta sem experiência política, ‘aprender a andar’ e a conhecer os cantos à casa e os responsáveis pelos departamentos. Agora tenho mais traquejo para continuar”, revela.
O PS apresenta uma candidatura “suportada num passado com provas dadas na defesa dos interesses da comunidade”, diz Graça Pedroso. Se for eleita, a candidata vai defender a identidade de Colares, os frutos e o vinho ramisco, “que é único no mundo e está em vias de desaparecimento.” Em 2008, alerta, foram produzidas apenas 17 mil garrafas de ramisco malvasia, um vinho que “pertence à nossa identidade e deveria ser considerado no mínimo património municipal.”
Da parte da CDU, o candidato Joaquim Alves quer trabalhar pela resolução dos problemas mais prementes. “Encabeço uma lista que tem como maior promessa o trabalho e a dedicação à freguesia, onde a CDU se destacou pelo seu trabalho em benefício das populações”, afirma. Quanto às preocupações, os três candidatos são unânimes na atenção que deve ser dada ao litoral e ao turismo.
“O nosso litoral tem potencial, mas não queremos qualquer tipo de desenvolvimento”, alerta Graça Pedroso, que lamenta que a costa não tenha sido já alvo de intervenção. “Não entendo como é que há décadas uma zona em que a arriba está a cair ninguém faz nada. Com tantas entidades que tomam conta, que vigiam, que proíbem isto e aquilo. E não falo em arribas instáveis porque todas são instáveis, mas há situações que podem causar alguma tragédia. Desde as Azenhas do Mar, às praias Grande e Pequena”, avisa.
O caso das Azenhas também preocupa Rui Santos. “Ainda há semanas lá fui com o vereador Marco Almeida e ele prometeu-me que iria pôr uma vedação. A CDU, por seu lado, recorda que já denunciou o assunto várias vezes. “O problema é gravíssimo e aquela zona devia estar vedada”, defende o candidato. Já sobre a Praia Grande, os candidatos concordam que é necessário melhorar as acessibilidades e o estacionamento. “Julgo que é possível, se houver um esforço concertado de várias entidades e até de particulares, arranjar uma escapatória ao fim da praia, uma via de sentido único para escoar o trânsito”, sugere o PS. A proposta, lembra a CDU, já foi apresentada também por esta força política. Outro problema são os campeonatos de surf e bodyboard. “São óptimos e não devem sair das nossas praias porque são um cartaz importante, mas é escandaloso o tempo e o espaço que aquele conjunto de contentores e de lojas ocupa. Cheguei a contar 84 lugares de estacionamento quase uma semana antes, durante e mais uma semana depois”, afirma Graça Pedroso.
Rui Santos diz que já alertou a Câmara sobre o assunto. “Não temos condições para tanta gente, sobretudo porque falta o parque de campismo. Sei que é uma propriedade privada que tem problemas em tribunal e a junta não se pode meter, mas seria uma mais-valia se estivesse resolvido, porque os surfistas já não acampavam na areia. Fui lá uma vez à noite e fiquei apavorado com a balbúrdia”, revela. “Um arraial daqueles é bastante incomodativo”, concorda a CDU.
A Câmara não pode ser o limite
Em matéria de investimentos, Rui Santos recorda que a Junta “está sempre dependente de terceiros” e que qualquer presidente “tem de ser bastante persistente e mesmo teimoso, porque só assim conseguirá, caso contrário não tem qualquer poder financeiro.” Já a candidata do PS diz que isso não chega e que “Sintra tem ouvido pouco Colares”. “Quando temos de chatear e insistir, a Câmara não pode ser o limite. Colares é um património, é a freguesia mais ocidental da Europa. Porque não desenvolver esforços junto da Comunidade Europeia e esgrimir este factor interessante?”, questiona.
A CDU concorda e diz que é precisa uma visão estratégica de projectos que apontem um desenvolvimento sustentável. “É preciso valorizar a freguesia e o seu património. O turismo é uma parte importante, mas há falta de camas. É necessário fixar os turistas, por isso a CDU defende o parque de campismo.” Outra proposta da CDU é “a criação de um espaço museológico sobre a freguesia e a sua vertente vinícola.”
Ainda nesta matéria, os três candidatos lamentam que o antigo posto de turismo esteja ocupado pela Agência Municipal de Energia. “Revolta-me que esteja a ocupar aquele espaço que se destinava a um projecto que nunca foi desenvolvido e que deve ser retomado. O posto tem um apeadeiro para o eléctrico e uma das ideias seria trazer turistas para provas de vinhos, uma iniciativa que iria dinamizar aquele núcleo”.
Outra sugestão da socialista é a realização de uma feira anual do vinho e dos frutos de Colares. “Nem precisamos de subsídios da Câmara, apenas de alguns apoios logísticos”, acredita. Os candidatos discutiram ainda questões relacionadas com a recolha de lixo, como a necessidade de colocação de contentores enterrados, e com a segurança. Nesta matéria, o PS propõe a criação de uma unidade local de protecção civil.
texto e fotos: Luís Galrão
A freguesia tem de apostar no turismo e no litoral
O actual presidente Rui Santos aceitou recandidatar-se como independente nas listas da Coligação Mais Sintra a Colares. O autarca terá como concorrentes Graça Pedroso, do PS, e Joaquim Alves, da CDU, ambos com vontade de dedicar-se à freguesia.
Disseram que gostaram do meu trabalho e eu aceite, recandidatar- me como independente se tivesse condições, porque neste mandato não senti muito apoio”, revela Rui Santos. O candidato da Coligação Mais Sintra quer “continuar o trabalho e fazer melhor, porque um mandato de quatro anos é muito pouco”. “Fomos para a Junta sem experiência política, ‘aprender a andar’ e a conhecer os cantos à casa e os responsáveis pelos departamentos. Agora tenho mais traquejo para continuar”, revela.
O PS apresenta uma candidatura “suportada num passado com provas dadas na defesa dos interesses da comunidade”, diz Graça Pedroso. Se for eleita, a candidata vai defender a identidade de Colares, os frutos e o vinho ramisco, “que é único no mundo e está em vias de desaparecimento.” Em 2008, alerta, foram produzidas apenas 17 mil garrafas de ramisco malvasia, um vinho que “pertence à nossa identidade e deveria ser considerado no mínimo património municipal.”
Da parte da CDU, o candidato Joaquim Alves quer trabalhar pela resolução dos problemas mais prementes. “Encabeço uma lista que tem como maior promessa o trabalho e a dedicação à freguesia, onde a CDU se destacou pelo seu trabalho em benefício das populações”, afirma. Quanto às preocupações, os três candidatos são unânimes na atenção que deve ser dada ao litoral e ao turismo.
“O nosso litoral tem potencial, mas não queremos qualquer tipo de desenvolvimento”, alerta Graça Pedroso, que lamenta que a costa não tenha sido já alvo de intervenção. “Não entendo como é que há décadas uma zona em que a arriba está a cair ninguém faz nada. Com tantas entidades que tomam conta, que vigiam, que proíbem isto e aquilo. E não falo em arribas instáveis porque todas são instáveis, mas há situações que podem causar alguma tragédia. Desde as Azenhas do Mar, às praias Grande e Pequena”, avisa.
O caso das Azenhas também preocupa Rui Santos. “Ainda há semanas lá fui com o vereador Marco Almeida e ele prometeu-me que iria pôr uma vedação. A CDU, por seu lado, recorda que já denunciou o assunto várias vezes. “O problema é gravíssimo e aquela zona devia estar vedada”, defende o candidato. Já sobre a Praia Grande, os candidatos concordam que é necessário melhorar as acessibilidades e o estacionamento. “Julgo que é possível, se houver um esforço concertado de várias entidades e até de particulares, arranjar uma escapatória ao fim da praia, uma via de sentido único para escoar o trânsito”, sugere o PS. A proposta, lembra a CDU, já foi apresentada também por esta força política. Outro problema são os campeonatos de surf e bodyboard. “São óptimos e não devem sair das nossas praias porque são um cartaz importante, mas é escandaloso o tempo e o espaço que aquele conjunto de contentores e de lojas ocupa. Cheguei a contar 84 lugares de estacionamento quase uma semana antes, durante e mais uma semana depois”, afirma Graça Pedroso.
Rui Santos diz que já alertou a Câmara sobre o assunto. “Não temos condições para tanta gente, sobretudo porque falta o parque de campismo. Sei que é uma propriedade privada que tem problemas em tribunal e a junta não se pode meter, mas seria uma mais-valia se estivesse resolvido, porque os surfistas já não acampavam na areia. Fui lá uma vez à noite e fiquei apavorado com a balbúrdia”, revela. “Um arraial daqueles é bastante incomodativo”, concorda a CDU.
A Câmara não pode ser o limite
Em matéria de investimentos, Rui Santos recorda que a Junta “está sempre dependente de terceiros” e que qualquer presidente “tem de ser bastante persistente e mesmo teimoso, porque só assim conseguirá, caso contrário não tem qualquer poder financeiro.” Já a candidata do PS diz que isso não chega e que “Sintra tem ouvido pouco Colares”. “Quando temos de chatear e insistir, a Câmara não pode ser o limite. Colares é um património, é a freguesia mais ocidental da Europa. Porque não desenvolver esforços junto da Comunidade Europeia e esgrimir este factor interessante?”, questiona.
A CDU concorda e diz que é precisa uma visão estratégica de projectos que apontem um desenvolvimento sustentável. “É preciso valorizar a freguesia e o seu património. O turismo é uma parte importante, mas há falta de camas. É necessário fixar os turistas, por isso a CDU defende o parque de campismo.” Outra proposta da CDU é “a criação de um espaço museológico sobre a freguesia e a sua vertente vinícola.”
Ainda nesta matéria, os três candidatos lamentam que o antigo posto de turismo esteja ocupado pela Agência Municipal de Energia. “Revolta-me que esteja a ocupar aquele espaço que se destinava a um projecto que nunca foi desenvolvido e que deve ser retomado. O posto tem um apeadeiro para o eléctrico e uma das ideias seria trazer turistas para provas de vinhos, uma iniciativa que iria dinamizar aquele núcleo”.
Outra sugestão da socialista é a realização de uma feira anual do vinho e dos frutos de Colares. “Nem precisamos de subsídios da Câmara, apenas de alguns apoios logísticos”, acredita. Os candidatos discutiram ainda questões relacionadas com a recolha de lixo, como a necessidade de colocação de contentores enterrados, e com a segurança. Nesta matéria, o PS propõe a criação de uma unidade local de protecção civil.
«Irei dedicar-me como sempre me dediquei e quem nos vai julgar são as pessoas. Irei dar o meu melhor e dedicar-me a Colares» Rui Santos, Coligação Mais Sintra
«Apresento-me com estes projectos e o povo escolherá, e seja qual for o resultado continuarei a mesma pessoa e com a mesma vontade de trabalhar pela minha terra» Graça Pedroso, PS
«Mais do que palavra sou promessas, a CDU apela ao compromisso entre candidatos para trabalhar em comum os problemas da freguesia» Joaquim Alves, CDU
texto e fotos: Luís Galrão
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