Pêro Pinheiro - Autárquicas 2009

Pêro Pinheiro
Criada em 1988 por desanexação de Montelavar, subiu a vila em 1989. É o centro estratégico da região envolvente, com o maior centro de transformação de rochas ornamentais do país, com cerca de 300 empresas. Em 2001 tinha 4712 habitantes.

Desenvolvimento da freguesia depende da revisão do PDM

Os candidatos à Assembleia de Freguesia de Pêro Pinheiro concordam que a revisão do Plano Director Municipal (PDM) é fundamental para o desenvolvimento da vila.

O actual presidente da Junta decidiu recandidatar-se porque “a missão não está cumprida”. “Há sempre obra por fazer e é isso que torna aliciante a vida de um autarca, uma pessoa que deve estar sempre em permanente estado de paixão”, acredita Carlos Parreiras, que volta a ser cabeça de lista da Coligação Mais Sintra para “dar continuidade a um trabalho que tem sido meritório e positivo”.

Pela frente tem dois oponentes igualmente motivados, como João Carlos Mota Gonçalves, da CDU, que denuncia que “há situações na freguesia que tendem a cair no esquecimento e não se resolvem”, mas acredita que “é possível ganhar e tirar o lugar à direita”. E Teresa Caleja, do PS, que aposta numa “mudança necessária” e quer dar “um novo rumo à freguesia com projectos que levem ao desenvolvimento e ao progresso.”

Os três apontam a revisão do PDM como condição fundamental. “Continuamos a ver os jovens sair porque não têm condições de habitação, nem pólos de juventude, nem nada”, lamenta o candidato da CDU, para quem “ou há alteração do PDM ou a freguesia vai continuar a viver no mesmo marasmo”. Também Carlos Parreiras considera que “o PDM é altamente penalizador porque contempla muita área industrial e pouca área residencial, o que levou à desertificação”.

O autarca lamenta que os jovens sejam forçados a procurar casa noutras zonas do concelho e em Mafra. “Isto resulta em movimentos pendulares casa trabalho e as localidades vão deixando de ter vida própria à noite e ficam desertificadas”, afirma. A candidata do PS concorda com a análise e revela que ela própria teve de sair da freguesia. A socialista defende “uma revisão do PDM que contribua para que haja a construção de habitações a custos controlados para os jovens e a redefinição das zonas industriais com a criação de um parque industrial”. A ideia é “criar melhores condições de trabalho e competitividade para satisfazer as necessidades da indústria, um problema sentido pelos empresários das rochas ornamentais, que dizem que noutras localidades têm condições e aqui não”.

Nesta matéria, a CDU acrescenta que é importante a construção do terminal ferroviário da Pedra Furada que servirá várias freguesias e a indústria de rochas ornamentais. Mas Carlos Parreiras lembra que “é um projecto da responsabilidade da CP que não tem avançado.” Já o PS avança que este terminal “poderia ser utilizado para o transporte de lodos e lamas, mais do que das próprias pedras”.

Ainda na área do ambiente, os candidatos fazem uma avaliação positiva do esforço de gestão de resíduos da indústria local, mas lamentam que ainda haja deposição ilegal. “Se percorrermos a freguesia vemos lodos, lamas e entulhos, apesar da Gestilamas estar a fazer um trabalho bastante bom. No entanto, ainda há espaços desfigurados com os lodos. É um problema que tem de ser resolvido em parceria com a Câmara”, defende o PS. Já Carlos Parreiras defende que “a questão não depende apenas da Câmara, nem da Junta, mas terá de incluir os ministérios do Ambiente e da Índústria”.

O autarca aproveita também para lamentar a crise da indústria das rochas ornamentais. “A construção civil está em crise, não há obras novas e por isso há uma grande dificuldade das empresas terem encomendas. Por outro lado, no que concerne ao mercado externo, a globalização já chegou e há novos concorrentes de Portugal”, diz. Por isso, a Coligação Mais Sintra entende que é necessário “criar espaços para que apareçam outras indústrias de comércio e serviços”.

Saneamento e mercado por concluir
Outra área fundamental é a conclusão do saneamento básico em Cortegaça, Palmeiros e Alto das Falimas. “Sempre protestámos e achamos injusto que no século XXI, a 20 quilómetros de Lisboa, não haja saneamento, mas temos informação que a obra vai arrancar ainda este ano”, revela o presidente. O problema está também associado aos quatro bairros de génese ilegal, cuja lentidão na regularização é criticada pela CDU e pelo PS. “São bairros abrangidos pela servidão da base aérea, o que atrasou o processo, mas com a nova lei estão em fase de aceleração para a legalização”, garante Carlos Parreiras. A explicação não convence o PS, que recorda que há mais bairros ilegais. “Não é só a base aérea porque há uma centena de bairros ilegais em todo o concelho e nenhum viu luz ao fundo do túnel”.

Outro projecto que continua por concluir é o novo edifício do mercado, que viu o desenho alterado para, além de lojas, receber a Junta de Freguesia, a Segurança Social e um Gabinete de Apoio ao Munícipe. “Nos dias de hoje um mercado tradicional não servia os interesses da população, pelo que propusemos a alteração do equipamento. A primeira fase está concluída e a segunda também já está adjudicada, com um prazo de obra de 10 meses. Falta apenas resolver algumas anomalias técnicas”, informa Carlos Parreiras. A CDU saúda a obra, mas lamenta o atraso de 20 anos.

“Concordo com a alteração do projecto para albergar serviços, mas sugiro que era importante haver uma delegação do Instituto do Emprego, porque o desemprego é grande na freguesia”, sugere o candidato. O PS, por seu lado, sugere que a antiga praça seja transformada numa biblioteca pública. Outras propostas incluem uma escola de canteiros (CDU), uma creche pública, ateliers de alfabetização e mais transportes públicos (PS) e o avanço do projecto da piscina (Coligação Mais Sintra).


«Os pêro pinheirenses conhecem-me e sabem da minha entrega. Em conjunto vamos conseguir construir o futuro» Carlos Parreiras, Coligação Mais Sintra



«Somos uma alternativa credível e temos uma equipa de gente preparada. Pêro Pinheiro merece mudar» Teresa Caleja, PS



«A minha candidatura é a alternativa com mais credibilidade, dada a minha experiência de 18 anos como autarca» João Carlos Mota Gonçalves, CDU


texto e fotos: Luís Galrão