Detém o estatuto de freguesia desde o século XVI e a indústria de mármores continua a ser a principal actividade económica. Tem cerca de 6000 habitantes e uma área de 800 hectares. Foi elevada a vila a 12 de Junho.
Indústria e educação precisam de investimento
O envelhecimento da população de Montelavar preocupa os quatro candidatos à Assembleia de Freguesia, que se queixam da falta de condições para fixar jovens na vila.
A actual presidente da Junta de Freguesia, Lina Andrês, não tem dúvidas de que é preciso investir em Montelavar para segurar os filhos da terra. “São precisas infra-estruturas para a fixação de jovens, porque a nossa população está envelhecida e queremos contrariar essa tendência, mas tem havido desinvestimento por parte da Câmara”, acusa a autarca, que se recandidata pelo PS.
Apesar do lamento, a presidente admite que ainda há muitas crianças. “Os jovens vão viver para a zona sul do concelho, mas mantêm raízes em Montelavar, onde todos os dias voltam para trabalhar ou para deixar as crianças ao cuidado dos avós”, explica. Por isso “as escolas estão cheias ao ponto de ter de haver horários duplos porque as salas existentes não dão resposta ao número de crianças”, revela.
A candidata socialista quer continuar o trabalho “direccionado para a redução das assimetrias sociais.” As apostas passam pela construção de casas para os jovens a custos controlados e pela qualificação técnica e profissional. “Há falta de formação adequada, daí a aposta na criação de uma escola técnico-profissional que não tenha só a ver com a indústria do mármore mas também com outro tipo de actividades económicas, para que a freguesia tenha empresas diversificadas e com potencial para ser competitiva.”
Nesta matéria, a Coligação Mais Sintra defende um projecto para divulgar a terra, os produtos e as empresas. “Não tenho dúvidas que com o apoio mais abrangente da Junta as pessoas irão valorizar mais as nossas terras e as empresas conseguirão crescer”, acredita Nuno Baleia. O candidato propõe a criação de páginas na internet para promover localidades e empresas, assim como um gabinete de apoio à internacionalização. “Há que incentivar a exportação e garantir o apoio nas negociações, porque muitas empresas não vendem para o estrangeiro por não saberem fazer um contrato”, afirma.
O Bloco de Esquerda, por seu lado, quer resolver os problemas locais, mas diz que “para isso é preciso um representante que faça a diferença”, afirma Filipe Santos, que destaca o ensino, o ambiente, nomeadamente o fim dos despejos de lamas e a preservação dos lapiás da Granja dos Serrões e o desemprego. “Eu próprio estou na iminência de a partir de dia 24 deixar de ter emprego, porque a situação das empresas piorou com a quebra das exportações e do mercado da venda de casas”, conta.
Do lado da CDU são também apontadas as questões sociais e o ensino. “A minha prioridade será o ensino e as escolas, porque quando se diz que a freguesia está envelhecida, vêm ao de cima as condições que temos para os jovens poderem fixar-se. Nos últimos quatros anos em que estive como presidente de uma associação de pais, vi que tudo está na mesma. Faltam salas e refeitórios”, diz Ana Paula Francisco.
Nesta área, a presidente queixa-se da falta de apoios. “Tem havido um grande desinvestimento em Montelavar e até alguma displicência com os problemas que temos em termos de equipamentos e refeitórios escolares”. A autarca recorda que “no início do primeiro mandato da Coligação Mais Sintra, o vice-presidente disse que iria construir uma escola integrada de raiz se a Junta conseguisse um terreno”. Mas apesar de ter apresentado duas hipóteses, “nunca mais se fez nada, embora tivesse sido dito que havia dinheiro e projecto”, lamenta. Quanto aos refeitórios, assegura que é outra luta da Junta.
Do lado da CDU, a opinião é a de que o executivo não tem sido suficientemente reivindicativo. “Quando não temos as respostas, temos de reivindicar. Começamos pelo ofício, mas se não tivermos resposta temos de chamar a população para fazer barulho e mostrar que está descontente. Talvez assim a Câmara olhe para nós e perceba que precisamos das mesmas condições que os outros têm”, defende a candidata comunista.
Coligação lamenta “desentendimentos”
Já Nuno Baleia defende um maior entendimento com as associações locais. “Chegámos à conclusão que há desentendimentos entre as duas partes, porque muitas instituições têm disponibilizado as suas instalações para receber certos equipamentos e há projectos como o refeitório que não avançou devido a falta de entendimento”, acusa. No entanto, Lina Andrês garante que tem feito “uma gestão extremamente insistente” e nega a falta de diálogo. “Os Bombeiros de Montelavar são neste momento os nossos maiores parceiros, assim como as sociedades recreativas”, exemplifica.
Contudo, o candidato acusa a Junta de ter “cortado sem aviso as verbas de apoio ao centro de convívio de Anços”, o que obrigou a que os idosos tivessem de ir para a sociedade. A presidente responde que está mal informado e garante que foi a Junta que facilitou o processo, embora admita que deixou de financiar a renda da instituição. “No início do mandato a Câmara cortou as verbas em 33 por cento, ou seja menos de 60 mil euros anuais, e tivemos de fazer uma gestão mais cuidada. No caso do centro que estava numa casa alugada que custava 350 euros por mês, fomos avisando as pessoas e sugerimos a sociedade recreativa, que estava fechada, porque temos de optimizar recursos”, explica.
O debate abordou ainda o projecto de construção do terminal ferroviário da Pedra Furada, que todos os candidatos consideram fundamental. “Se fosse desenvolvido contribuiria para a melhoria do meio ambiente reduzindo a passagem de camiões dentro das localidades e tornaria menos dispendioso o transporte das pedras”, acredita a CDU. O projecto “consta no Plano Estratégico de Sintra para 2015, que está na gaveta”, lamenta o BE, que também alerta para a necessidade de revisão do PDM, uma matéria que também colhe o consenso dos quatro candidatos.
O envelhecimento da população de Montelavar preocupa os quatro candidatos à Assembleia de Freguesia, que se queixam da falta de condições para fixar jovens na vila.
A actual presidente da Junta de Freguesia, Lina Andrês, não tem dúvidas de que é preciso investir em Montelavar para segurar os filhos da terra. “São precisas infra-estruturas para a fixação de jovens, porque a nossa população está envelhecida e queremos contrariar essa tendência, mas tem havido desinvestimento por parte da Câmara”, acusa a autarca, que se recandidata pelo PS.
Apesar do lamento, a presidente admite que ainda há muitas crianças. “Os jovens vão viver para a zona sul do concelho, mas mantêm raízes em Montelavar, onde todos os dias voltam para trabalhar ou para deixar as crianças ao cuidado dos avós”, explica. Por isso “as escolas estão cheias ao ponto de ter de haver horários duplos porque as salas existentes não dão resposta ao número de crianças”, revela.
A candidata socialista quer continuar o trabalho “direccionado para a redução das assimetrias sociais.” As apostas passam pela construção de casas para os jovens a custos controlados e pela qualificação técnica e profissional. “Há falta de formação adequada, daí a aposta na criação de uma escola técnico-profissional que não tenha só a ver com a indústria do mármore mas também com outro tipo de actividades económicas, para que a freguesia tenha empresas diversificadas e com potencial para ser competitiva.”
Nesta matéria, a Coligação Mais Sintra defende um projecto para divulgar a terra, os produtos e as empresas. “Não tenho dúvidas que com o apoio mais abrangente da Junta as pessoas irão valorizar mais as nossas terras e as empresas conseguirão crescer”, acredita Nuno Baleia. O candidato propõe a criação de páginas na internet para promover localidades e empresas, assim como um gabinete de apoio à internacionalização. “Há que incentivar a exportação e garantir o apoio nas negociações, porque muitas empresas não vendem para o estrangeiro por não saberem fazer um contrato”, afirma.
O Bloco de Esquerda, por seu lado, quer resolver os problemas locais, mas diz que “para isso é preciso um representante que faça a diferença”, afirma Filipe Santos, que destaca o ensino, o ambiente, nomeadamente o fim dos despejos de lamas e a preservação dos lapiás da Granja dos Serrões e o desemprego. “Eu próprio estou na iminência de a partir de dia 24 deixar de ter emprego, porque a situação das empresas piorou com a quebra das exportações e do mercado da venda de casas”, conta.
Do lado da CDU são também apontadas as questões sociais e o ensino. “A minha prioridade será o ensino e as escolas, porque quando se diz que a freguesia está envelhecida, vêm ao de cima as condições que temos para os jovens poderem fixar-se. Nos últimos quatros anos em que estive como presidente de uma associação de pais, vi que tudo está na mesma. Faltam salas e refeitórios”, diz Ana Paula Francisco.
Nesta área, a presidente queixa-se da falta de apoios. “Tem havido um grande desinvestimento em Montelavar e até alguma displicência com os problemas que temos em termos de equipamentos e refeitórios escolares”. A autarca recorda que “no início do primeiro mandato da Coligação Mais Sintra, o vice-presidente disse que iria construir uma escola integrada de raiz se a Junta conseguisse um terreno”. Mas apesar de ter apresentado duas hipóteses, “nunca mais se fez nada, embora tivesse sido dito que havia dinheiro e projecto”, lamenta. Quanto aos refeitórios, assegura que é outra luta da Junta.
Do lado da CDU, a opinião é a de que o executivo não tem sido suficientemente reivindicativo. “Quando não temos as respostas, temos de reivindicar. Começamos pelo ofício, mas se não tivermos resposta temos de chamar a população para fazer barulho e mostrar que está descontente. Talvez assim a Câmara olhe para nós e perceba que precisamos das mesmas condições que os outros têm”, defende a candidata comunista.
Coligação lamenta “desentendimentos”
Já Nuno Baleia defende um maior entendimento com as associações locais. “Chegámos à conclusão que há desentendimentos entre as duas partes, porque muitas instituições têm disponibilizado as suas instalações para receber certos equipamentos e há projectos como o refeitório que não avançou devido a falta de entendimento”, acusa. No entanto, Lina Andrês garante que tem feito “uma gestão extremamente insistente” e nega a falta de diálogo. “Os Bombeiros de Montelavar são neste momento os nossos maiores parceiros, assim como as sociedades recreativas”, exemplifica.
Contudo, o candidato acusa a Junta de ter “cortado sem aviso as verbas de apoio ao centro de convívio de Anços”, o que obrigou a que os idosos tivessem de ir para a sociedade. A presidente responde que está mal informado e garante que foi a Junta que facilitou o processo, embora admita que deixou de financiar a renda da instituição. “No início do mandato a Câmara cortou as verbas em 33 por cento, ou seja menos de 60 mil euros anuais, e tivemos de fazer uma gestão mais cuidada. No caso do centro que estava numa casa alugada que custava 350 euros por mês, fomos avisando as pessoas e sugerimos a sociedade recreativa, que estava fechada, porque temos de optimizar recursos”, explica.
O debate abordou ainda o projecto de construção do terminal ferroviário da Pedra Furada, que todos os candidatos consideram fundamental. “Se fosse desenvolvido contribuiria para a melhoria do meio ambiente reduzindo a passagem de camiões dentro das localidades e tornaria menos dispendioso o transporte das pedras”, acredita a CDU. O projecto “consta no Plano Estratégico de Sintra para 2015, que está na gaveta”, lamenta o BE, que também alerta para a necessidade de revisão do PDM, uma matéria que também colhe o consenso dos quatro candidatos.
«Tenho uma equipa jovem e dinâmica, com experiência em várias áreas e com vontade de trabalhar para a nossa freguesia» Lina Andrês, PS
«Falem connosco e avaliem se Montelavar com uma junta mais colaborante tem ou não capacidade de se tornar numa freguesia de sucesso»Nuno Baleia, Coligação Mais Sintra
«Queremos um lugar que nos permita levar as aspirações das populações para dentro da Assembleia de Freguesia» Filipe Santos, BE
«Irei lembrar à Câmara que nós existimos e que precisamos das mesmas condições do resto da população de Sintra» Ana Paula Francisco, CDU
texto e fotos: Luís Beltrão
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