São Pedro de Penaferrim - Autárquicas 2009


São Pedro de Penaferrim
Tem 26,5 quilómetros e cerca de 10450 habitantes segundo o censo de 2001. Possui uma vasta área industrial e é conhecida pela feira tradicional. A freguesia começa na localidade de São Pedro e prolonga-se até ao Barrunchal, pequena localidade da Freguesia já com um pé no concelho de Cascais.

Candidatos partilham preocupações mas dividem-se na avaliação

PS e BE fazem avaliação crítica do último mandato da Coligação Mais Sintra, que partilha o executivo da Junta com a CDU.

O último mandato do executivo presidido por Fernando Cunha, da Coligação Mais Sintra, é alvo De críticas do PS e do BE. “O balanço é negativo porque a freguesia paralisou e regrediu”, afirma a socialista Margarida Paulos. O BE concorda com a avaliação e lamenta que nos últimos quatro anos não tenha sido valorizada a participação dos fregueses. “É preciso dar atenção aos habitantes e isso não é visível e há queixas da população, revela Belandina Vaz.

O actual presidente, que se recandidata, admite que ainda há muito por fazer, mas apresenta justificações. “Quatro anos é pouco tempo. Além disso, encontrei problemas económicos e não tive tempo para realizar tudo”, diz Fernando Cunha. O autarca explica que o seu executivo recebeu menos apoio financeiro que os anteriores mandatos socialistas, mas faz um balanço positivo. “Com boa vontade conseguimos fazer omeletas sem ovos”, conta.

Apesar de partilhar de algumas críticas, a CDU prefere salientar o seu papel no actual executivo. “Aceitámos pelouros mas não fizemos qualquer tipo de coligação. Trabalhamos com outras forças desde que o possamos fazer com total independência e neste caso o executivo até funcionou bem”, afirma Frederico Simões.

Já a candidata do PS refuta a redução de financiamento e diz que as transferências mantêm-se. “A redução verificou-se no apoio que a Câmara transfere para a Junta, onde houve uma redução de cerca de 5 mil euros/mês”, esclarece. Quanto às dívidas, afirma que o PS deixou “cerca 90 mil e não os 140 que são por vezes mencionados”. Nesta matéria, o candidato da CDU, que é o actual tesoureiro, diz que “é significativo ter menos 5 mil euros por mês no orçamento, que em 2009 teve apenas 580 mil euros” e admite alguma “engenharia financeira”.

Margarida Paulos lamenta o fim de projectos importantes como a delegação de Vale Flores, que “foi encerrada com a justificação de que trazia muitas despesas”. A CDU justifica que “não era possível manter todas as delegações e encargos em todas as localidades” e que por isso a Junta adquiriu um veículo para um posto móvel. Mas o PS diz que “a viatura esteve mais de um ano fechado na garagem e também onera o orçamento”.

Outra crítica socialista é o fim da orquestra infantil, mas o presidente não tem dúvidas da decisão. “Tínhamos um professor de música e uma orquestrazinha e pagava-se cerca de 1000 euros, o que era significativo”, pelo que a Junta optou por transferir os alunos para a Sociedade Filarmónica Os Aliados. “Deslocámos os miúdos para um local onde poderiam aprender com qualidade”, revela. O PS admite o valor pago, mas explica que “o maestro dava iniciação musical há 12 anos nas cinco escolas da freguesia”. O tema não gera consenso entre os candidatos, com o PS a acusar a Junta de ter perdido o rasto aos instrumentos da orquestra e o executivo a negar essa realidade.

Quanto às delegações, Fernando Cunha também critica o PS. “Quando chegámos, a renda da Abrunheira era cerca de 1200 euros e foram gastos mais cerca de 30 mil euros na recuperação de um sítio que não era da Junta. Considerei que era um contrato muito alto e mudámos”, conta. A CDU reforça que “foi necessário centrar atenções nas competências efectivas da Junta.” “Não estou a dizer que fosse descabido a existência da orquestra, mas havia competências próprias para as quais tínhamos dificuldade em dar resposta”, diz Frederico Simões.

Margarida Paulos contesta e critica ainda algumas opções do executivo, como a contratação de “uma assessora para o presidente e de empresas privadas para fazer trabalho que antes era assegurado por funcionárias”. “Também não entendo como é que um executivo com tantos problemas financeiros faz um contrato de arrendamento com o 1.º de Dezembro, clube ao qual Fernando Cunha também preside, para guardar o autocarro por 750 euros por mês, quando ele continua na rua”, acrescenta.

O autarca recusa as críticas e explica que a “assessora” era uma funcionária que já existia e que neste momento já não está na Junta. Quanto à relação com o clube, é a CDU que esclarece que o executivo foi cauteloso. “Pautámo-nos por um imenso cuidado, dado que o presidente é o mesmo e resolvemos uma situação que vinha do anterior executivo, nomeadamente a cedência do autocarro que neste momento está protocolada e clara”. O PS admite que “o anterior executivo cedia o autocarro gratuitamente mas nunca deixou nenhuma associação sem apoio”.

O BE, por seu lado, critica a falta de sinalética dedicada ao turismo. “Temos bens históricos como o Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena e não há sinalética adequada”, lamenta Belandina Vaz. Nesta matéria, Fernando Cunha explica que já foram pedidas placas para o Centro Histórico e para o Palácio da Pena e feita uma tentativa de resolver “o problema grave com os GPS, que enganam os turistas e os mandam para um sentido proibido”. “Este Verão foi caótico, mas já fizemos um pedido aos gestores dos GPS e provisoriamente já estão aprovados sinais”, avança. Outros problemas que preocupam os quatro candidatos são a falta de equipamentos de saúde, nomeadamente da extensão da Abrunheira e as más condições do Centro de Saúde de Sintra, que serve parte da população. A CDU aponta ainda carências a nível cultural, área em que defende mais apoio ao movimento associativo. Na área social todos os candidatos concordam com mais investimento. O PS defende mais um Centro de Emprego e mais apoio aos idosos. O BE exige uma política que preserve a freguesia de novas urbanizações e a requalificação das casas abandonadas.

Outro objectivo comum é a valorização da feira quinzenal no Largo D. Fernando II, que precisa de ser requalificado. “Esta requalificação é imprescindível ser feita neste mandato”, diz Fernando Cunha, que sugere ainda a construção na freguesia de um posto de turismo e de um parque de autocaravanas.


«Prometo dedicação total como até hoje e estou aqui para trabalhar pela freguesia. Quero fazer mais e melhor» Fernando Cunha, Coligação Mais Sintra



«A freguesia necessita de valorização e de ser colocada no mapa. O marasmo não pode continuar e o PS já deu provas» Margarida Paulos, PS



«O que interessa é o dia a dia das pessoas e da freguesia. A CDU tem ideias para a resolução dos problemas» Frederico Simões, CDU



«Estarei perto das populações na defesa dos seus interesses e peço que dia 11 votem numa esquerda de confiança» Belandina Vaz, BE


texto: Luís Galrão

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