Sintra/Europa

Sintra será anfitriã do XI Congresso Mundial das Cidades Património Mundial

Foi apresentada, no dia 21 de Setembro, a vitória da vila, que é também Capital do Romantismo, na disputa, em Quito, para ser palco do XI Congresso Mundial das Cidades Património Mundial em 2011. No evento, a autarquia explicou que Sintra não está em risco de perder o estatuto atribuído pela UNESCO.



Na cerimónia de escolha das cidades a serem anfitriãs do Congresso Mundial das Cidades Património Mundial (OCPM), em Quito (Equador), estiveram presentes dois representantes da autarquia, Ana Xavier e Nuno Fonte, que apresentaram e defenderam a candidatura de Sintra, que acabou por empatar com Varsóvia, uma das cidades mais influentes da Europa, colocando de parte as outras seis cidades concorrentes.

De acordo com os representantes, nunca antes tinha ocorrido um empate e Sintra sugeriu que não se tirasse à sorte a vencedora, mas que se fizesse uma nova votação. Após a contagem, Sintra acabou por vencer com 50 votos de um total de 60. Foi “uma vitória expressiva”, considerou o presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, que não esteve presente em Quito.

Uma vitória sem formalismos
As circunstâncias não foram as mais favoráveis para a vitória de Sintra, como explicou Nuno Fonte, afirmando que Sintra “não levou um discurso bem escrito” e que a organização do evento sublinhou que “nunca nenhuma cidade ou vila ganhou sem a presença do presidente da câmara”. As outras apresentações foram “muito bem estruturadas”, “muito bem feitas”, “muito eloquentes”, mas também “algo entediantes pelo formalismo e excedendo o tempo regulamentado”. Ana Xavier corroborou, explicitando que sentiu “muitas reservas”, especialmente porque todas as candidaturas eram “altamente competitivas e com lobbies muito programados”. No entanto, o vídeo promocional de Sintra, originalmente com oito minutos, que entretanto foram reduzidos para cinco “num autocarro, a caminho de um evento social” e com o próprio “Nuno Fonte a falar por cima das imagens de uma forma mais dinâmica” do que no vídeo inicial, contribuiu, a par da “estratégia diplomática” dos representantes junto dos países que iriam votar, para a vitória esmagadora daquela que é também a “Capital do Romantismo”. “O nosso lobby foi unicamente a simpatia”, sublinhou Ana Xavier, e o facto de Sintra ser um lugar “saudável, pacífico, seguro”, bem como o facto de que “há muitos anos que não se faz uma conferência na Europa do Sul”. O congresso ainda não tem data definida, de acordo com Nuno Fonte, mas até lá, cabe à organização do evento, “convidar oradores”, “escolher os temas e os sub-temas”, que devem ser transversais a outras cidades, e os locais onde estes irão ser discutidos. “Sintra tem um peso, uma credibilidade e um prestígio reconhecidos internacionalmente”, ressaltou.

A Organização das Cidades Património Mundial é uma ONG sem fins lucrativos, fundada em Fez (Marrocos) em 1993, e integra 226 cidades e vilas de todo o mundo.



Sintra não está em risco de perder classificação da UNESCO
A apresentação pública da vitória de Sintra na votação para ser palco do OCPM, no dia 21 de Setembro, foi também a oportunidade para a autarquia explicar que a classificação da Vila como cidade património mundial pela UNESCO nunca esteve em causa desde que surgiram os rumores acerca do assunto. “Sintra esteve em risco de entrar para a ‘lista de perigo’ em 2004”, explicou Nuno Fonte – representante de Sintra na UNESCO desde esse ano –, altura em que foi realizada uma “grande batalha diplomática” para que isso não acontecesse e em que o próprio se deslocou até à China para defender a causa. “Foi a única vez que estivemos em risco”, rematou. “Este ano voltou a discutirse essa questão por força do período eleitoral”, adiantou Nuno Fonte, acrescentando que “o assunto não foi sequer discutido na sede do conselho do comité” do OCPM e que se o estatuto da UNESCO estivesse, de facto, em perigo, “nunca se tinha falado em fazer o congresso aqui”.

O vereador da cultura, Luís Patrício, acrescentou ainda que “o património mundial de Sintra está de pedra e cal”.

texto e fotos: Vanessa Sena Sousa

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