Colares

Festa de N.ª Sr.ª da Assunção atraiu muita gente ao recinto de festas


Procissão dos Oragos

As Festas em Honra de N.ª Sr.ª da Assunção em Colares, que decorreram entre os passados dias 14 e 16, atraíram àquela vila, sede da freguesia, milhares de pessoas. E foi bem justificada e merecida essa adesão popular, uma vez que o programa festivo foi muito aliciante, tanto a nível religioso como cultural, integrando esta vertente um recital de canto lírico na igreja matriz.

Com o largo fronteiro à igreja matriz de Colares como recinto de festas, no qual estava instalado o arraial com as tradicionais tendinhas e o palco onde actuaram as bandas filarmónicas, as festividades iniciaram-se no dia 14, às 21.30, com a realização da Procissão dos Oragos, que incorporava a imagem de N.ª Sr.ª da Conceição de Vila Viçosa, a qual saiu da Várzea de Colares para o recinto das festas, acompanhada pela Banda da União Mucifalense, que dirigida pelo seu maestro, João Panta Nunes, realizou a seguir um bonito concerto.

No dia 15 realizou-se uma visita guiada ao centro histórico de Colares, orientada pelo historiador e arqueólogo José Cardim Ribeiro, e às 15.30, depois da celebração da missa, realizou-se a procissão solene, à qual se seguiu um concerto pela Banda de Colares, dirigida pelo seu maestro, Fernando Cosme Moreira. Às 21.30 assistiu-se a uma sessão de cantares tradicionais portugueses pela Tocata Lusitana, actuando a encerrar a noite o conjunto Top 2.

Cantor lírico enche igreja de público


Cantores líricos com magnífica actuação


No dia 16 à tarde a igreja matriz encheu-se de público, que assistiu, maravilhado, a um espectacular recital de canto lírico, proporcionado por Natália Brito (mezzo-soprano), Ana Serro e Tina Costa (sopranos) e Emanuel Barbeitos (barítono), acompanhados musicalmente por Francisco Sales, os quais, durante mais de duas horas interpretaram bonitas árias de obras de Mozart, Bach, Vivaldi, Haendel, Donizetti e outros famosos compositores, interpretações que a assistência, de pé, premiou com vibrantes aplausos.

Depois deste espectáculo foi celebrada missa, encerrando as festividades, à noite, o conjunto Terceira Margem.

Festas exigiram muito espírito de sacrifício
Um membro do grupo de amigos da igreja organizador das festividades em honra de N.ª Sr.ª da Assunção, padroeira da paróquia de Colares, o qual optou por manter o anonimato, referindo-se à organização destas festas adiantou-nos que foi introduzido este ano no programa uma parte dedicada ao canto lírico, cujos cantores actuaram a título absolutamente gratuito. Louvou ainda a disponibilidade do organista, Francisco Sales, “uma pessoa absolutamente dedicada, quase graciosamente, à igreja matriz de Colares, onde ensaia o coro, e que contribuiu, dados os seus conhecimentos, para a vinda destes cantores, hoje, aqui”. E referindo-se ao espectáculo salientou que “excedeu as minhas expectativas, porque eu temia que as pessoas não comparecessem em tão grande número como o verificado, mas esta situação não foi única, porque no dia anterior, às 10.30 da manhã, tive outra agradável surpresa, quando se realizou a visita ao Centro Histórico de Colares, que está muito necessitado de acções que o divulguem e mobilizem as pessoas para a sua defesa, a qual constou de uma visita guiada à Igreja da Misericórdia, que recentemente incorporou o património da paróquia de Colares, que é pertença de toda a comunidade colarense, mesmo daqueles que não vêm à igreja, visita que foi guiada pelo historiador e arqueólogo José Cardim Ribeiro.

Além da visita à Igreja da Misericórdia, que está a sofrer obras de beneficiação, com a colaboração da Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra, foram visitados outros locais históricos de Colares, evento em que participaram muitas pessoas”.

Sobre a forma como decorreram as festividades, o nosso interlocutor considerou que “decorreram muito bem, embora exigindo muito espírito de sacrifício das pessoas que as organizaram e nelas participaram, porque até a segurança nocturna do local foi feita por pessoas ligadas à festa. Mas o objectivo principal desta festividade é unir as pessoas, fazê-las conviver umas com as outras, terem orgulho na sua terra, e também angariar fundos para as obras de restauro que estão em curso e outras que se seguirão”.

E a terminar acentuou: “Devo acrescentar que na quinta- feira, dia 13, véspera do início da festividade, eu e outros amigos estávamos muito preocupados por verificar a falta de adesão das pessoas a ajudar o pequeno grupo que tinha metido ombros a esta organização, mas felizmente – e digo-o com enorme satisfação – no momento certo muitas pessoas compareceram para ajudar, muitas delas sem ter nada que ver com a igreja, e essas pessoas têm de ser elogiadas, pelo muito que deram a esta festa”.

texto e fotos: António Faias

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