Algueirão - Mem Martins - Autárquicas 2009

Algueirão - Mem Martins
A freguesia foi criada em 1962 e Algueirão - Mem Martins foi elevada a vila em 1988. Desde 2001 é a vila mais populosa de Portugal, a única com mais de 100 mil habitantes.


Saúde e inseguranças preocupam os candidatos

As preocupações do presidente da Junta de Freguesia de Algueirão - Mem Martins são semelhantes às dos restantes candidatos às próximas eleições autárquicas. “A saúde é o problema número um e o segundo é a segurança, embora sejam áreas que envolvem o Governo”, admite Manuel do Cabo durante o debate com os outros três candidatos.

O autarca reconhece “a disponibilidade do Governo, que permitiu abrir o Serviço de Urgência Básica da Messa e o avanço da Unidade de Saúde Familiar da Tapada das Mercês, que deve entrar em funcionamento em Novembro”. Mas diz que é preciso acabar com os milhares de utentes sem médico de família. “Segundo dizem, temos mais de 120 mil habitantes e é preocupante saber que o Centro de Saúde regista apenas 77 mil utentes. Além disso, temos um centro a funcionar num prédio de habitação, pelo que temos de mudar este estado de coisas”, afirma Manuel do Cabo, que promete continuar o projecto que tem para a freguesia.

Já o PS alerta para o facto do recinto da Messa representar alguns perigos. “É um espaço enorme que pode ser aproveitado para um centro de saúde, mas ainda há muito amianto que tem de ser removido por pessoas especializadas”, avisa a candidata. A CDU, por seu lado, teme a promessa de continuidade do presidente e apela a uma “inversão naquilo que tem sido a postura neste mandato”. O candidato Jacinto Domingos recorda “as promessas que falharam” e questiona de “quem é que Manuel do Cabo é candidato?”. “Pelos vistos, é apenas proposto por uma facção do PSD, porque a secção de Algueirão - Mem Martins não o quer”, avança, sem obter comentários do autarca.

Já Fernando Figueira, do Bloco de Esquerda, entende que os problemas identificados têm origens sociais. “São questões tão variadas como o desemprego, a não integração, a imigração, que se intricam e que trazem problemas como a saúde e a insegurança”, diz. O BE acrescenta ao rol “os transportes e as acessibilidades” e considera “inadmissível haver zonas na área rural em que um freguês para se deslocar à Junta, a um banco ou ao comboio, tem de apanhar uma camioneta para a Portela de Sintra, porque não há ligação directa.”

Do PS, Luísa Salgueiro garante que “a preocupação são as pessoas”. “Há quem não tenha dinheiro para pagar água e gás, e não são apenas imigrantes, há muita pobreza escondida e há quem vá tomar banho nas bombas de gasolina”, revela. Por esse motivo, o PS defende “a criação de dois balneários públicos.” Quanto à avaliação do mandato, a candidata diz que a CDU “fez parte do executivo, pelo que não pode demarcar-se”.

O presidente da Junta salienta o trabalho realizado por Jacinto Domingos, da CDU, no executivo. “O casamento à esquerda traz frutos muito bons, confesso que não estou arrependido de ter tomado a decisão”, diz o autarca, salientando que “na Junta não há esquerda nem direita”. Já Jacinto Domingos prefere deixar claro que casamento só tem um. “Só aceitei pelouros passados quase dois anos, com a condição de desenvolver o projecto da CDU. Ou seja, não há nenhum casamento, há uma realidade reconhecida”, esclarece.

Há, no entanto, críticas do BE, que entende que quer o PS quer a CDU “viabilizaram propostas da direita fazendo coro com o Executivo”. O BE lamenta também que a freguesia não tenha dado o mesmo “salto qualitativo visível nas freguesias do PSD” e diz que foram esquecidas “questões fundamentais como a participação das pessoas através de processos como a Agenda 21 Local”. No entanto, Manuel do Cabo pede ao BE para “explicar claramente o que é a Agenda 21”, porque diz, “é algo tão abrangente que causa alguma dificuldade em compreender”.

Freguesia quer mais acessibilidades e segurança
Uma das obras aguardadas por todas as candidaturas é a conclusão da ligação entre Ouressa e a Cavaleira, cuja passagem inferior sob a linha de Sintra deverá ser concluída até ao final do ano. “É a obra mais importante dos últimos anos e vai contribuir para o escoamento do trânsito, apesar dos atrasos, que lamentamos”, afirma Manuel do Cabo.

Entre críticas aos atrasos do túnel, da responsabilidade da Câmara e da Refer, os candidatos da oposição admitem tratar-se de um projecto essencial mas alertam que “não resolve o problema da mobilidade”, afirma a CDU. A opinião é partilhada pelo BE, que lamenta a falta de estudos de mobilidade e tráfego. Quanto à segurança, Manuel do Cabo não tem dúvidas. “Não vale a pena escamotear. Fiz as contas e constato que a esquadra tem apenas um agente para cada 16 mil habitantes”. A conta, diz, teve em consideração os 46 efectivos, divididos por quatro turnos e considera os serviços gratificados, as licenças, as férias e as baixas. “É confrangedor e preocupante. Deixa-me muito inconformado”, lamenta.

O autarca aponta ainda a curta permanência das chefias. “Desde 2007, o Cacém já teve seis comandantes e Algueirão - Mem Martins já vai no quarto comando, que acabou de entrar esta semana. Como é que é possível manter uma estrutura de segurança com esta rotatividade?”, questiona. A preocupação é partilhada pelos outros candidatos que, no entanto, recusam a ideia de um polícia por habitante. “Tem de haver uma organização de base que não permita situações como a da estação de Algueirão - Mem Martins, onde os próprios polícias dizem ‘deixa-os lá estar, porque ao menos sabemos onde eles estão”, denuncia o PS.

O BE defende que “é preciso dar outras formas de vida às ruas e criar condições de segurança”, uma questão com características particulares na freguesia. “Um responsável da PSP disse há alguns anos que alguns prédios da Tapada das Mercês têm mais habitantes do que muitas das freguesias do país, o que mostra a complexidade da questão”. Já a CDU considera que “o problema da insegurança tem a ver com a forma como está ordenada a cidade, com o crescente desemprego e com a falta de um grande espaço verde com equipamentos sociais para desporto e lazer.”


«O slogan da nossa campanha é simples e objectivo: dedicação total a Algueirão - Mem Martins» Manuel do Cabo, Coligação Mais Sintra


«É muito importante para uma vila sobreviver e ter vida própria, ter vizinhança, para que as pessoas tenham gosto em viver cá» Luísa Salgueiros, PS


«Assumimo-nos como alternativa à actual presidência da Junta, com entrega, trabalho, competência e honestidade» Jacinto Domingos, CDU


«É importante o voto no BE porque estamos a ser vítimas de 35 anos de ausência de ordenamento do território» Fernando Figueira, BE



texto e fotos: Luís Galrão

1 comentário:

Anónimo disse...

Boa tarde.

Será que aí têm conhecimentos dos prejuízos e transtornos que foram criados aos moradores da Av. Henrique de Barros e das pracetas com entrada pela mesma (no Bairro Coopalme), ao cortarem para sempre a saída dela para o lado da Estação da CP?

E o pior é que o actual presidente diz que assim está bem, e na Câmara dizem que para abrirem entradas e saídas para a rua paralela (a da escola), tem que ser com o parecer favorável da Junta de freguesia.

Queiram por favor atentar neste vídeo que foi enviado, em devido tempo, à CMS, URL: http://www.youtube.com/watch?v=chJ9-p8_pGY

Agora para ir-mos para a Estação do Algueirão temos de andar para trás em direcção a Sintra, em média, de carro 2,5 km, não esquecendo que para os veículos de transportes prioritários (bombeiros e ambulâncias) tudo fica mais dificultado.

Obrigado pelas diligências que possam fazer para ajudar a encontrar uma alternativa de acesso e existe a possibilidade de as fazer com custo quase nulo.

Bom sucesso.