Criada em 2001 depois do fraccionamento de Agualva-Cacém em quatro freguesias, tem mais de seis mil habitantes. Teve na sua génese um bairro social iniciado em 1965 e tem vindo a ser alvo de um processo de requalificação urbana.
Crescimento urbanístico preocupa esquerda
A oposição saúda algum do trabalho feito em Mira Sintra mas diz que a freguesia estagnou. O actual presidente defende-se com a aposta no crescimento urbanístico de qualidade, uma medida que origina algumas preocupações à esquerda.
O actual presidente da Junta de Mira Sintra tem avaliação positiva da oposição no primeiro mandato iniciado há oito anos, mas leva nota menos boa no mandato actual. “A nossa candidatura surge porque entendemos que o segundo mandato deixou muita coisa por resolver”, explica o socialista Ricardo Varandas. Mais à esquerda, a opinião é a mesma. “Nos últimos quatro anos a freguesia foi votada ao abandono. Em termos de desporto e juventude não há nada”, diz João Figueiredo, da CDU.
O PS lamenta sobretudo a falta de projectos estruturantes. “Choca-me que a maior parte dos investimentos essenciais não foram feitos e o ilusionismo político feito pelo Fernando Seara e pela Junta, quando candidataram projectos no valor de 7 milhões de euros ao Programa Operacional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e já sabiam que a candidatura não era exequível”, acusa o PS.
Rui Pinto, que se recandidata pela Coligação Mais Sintra, explica que “Sintra só podia apresentar uma candidatura e tendo em conta os projectos que estão por executar, o presidente da Câmara aceitou candidatar Mira Sintra”, revela. No entanto, a proposta foi recusada porque a freguesia não foi considerada um bairro crítico. “Infelizmente apenas foram apoiados municípios do PS e da CDU, espero que por mera coincidência”, comenta.
Entre os projectos por executar estão o Centro de Apoio à Criança (CAC), o campo de futebol, a adaptação do mercado municipal e a construção de um complexo desportivo. Outro problema que falta ultrapassar prende-se com a ocupação dos fundos vazados da Fundação D. Pedro IV, um espaço que foi ocupado ilegalmente por várias famílias. “Gostava de resolver a questão criando ali um centro de recursos para que o resto da população se possa deslocar àquele beco, porque o bairro foi construído numa extremidade onde só vão os residentes”, diz.
O autarca rejeita as restantes críticas e justifica que “o último mandato foi muito trabalhoso, sobretudo na área da acção social, que é menos visível em termos públicos”. A Junta, diz, respondeu aos problemas com a criação de um gabinete específico, de uma comissão de acompanhamento das famílias carenciadas, um clube de emprego e com uma candidatura recente a um Gabinete de Reinserção Social, que procurará combater o aumento do desemprego.
O PS reconhece o esforço na área social, mas argumenta que as obras estruturantes estagnaram. “Não há dúvida que a freguesia está melhor, mas todas as obras estruturantes que tem foram lançadas no tempo da presidente Edite Estrela. E os últimos quatro anos foram de inércia. O CAC, por exemplo, está para ser construído há 36 anos”, exemplifica.
O presidente contesta esta visão e recorda que a construção desses projectos aconteceu já com Fernando Seara. “Havia projectos, mas estavam na gaveta e há que distinguir a capacidade de ter ideias da capacidade de os executar, que é efectivamente mais difícil”, argumenta Rui Pinto.
Em matéria de obras, a CDU queixa-se que “a avenida principal é a única via que está bonita. Quem vai para o meio dos prédios percebe que só foi arranjado o que está à vista”, acusa João Figueiredo. A crítica é partilhada por José Fragueiro, do BE. “Quem chega a Mira Sintra pensa que o presidente fez uma obra bonita, mas depois percebese que as traseiras dos prédios não são arranjadas.” O presidente nega a acusação e diz que “só fala na avenida quem não se desloca a outros locais da freguesia.”
Já Ricardo Varandas lamenta que o centro de idosos continue fechado há três anos, e atribui responsabilidades à Câmara. Rui Pinto concorda, mas lembra que tem reivindicado a abertura do espaço. “É um projecto inovador que não existe ainda no concelho e é preciso criar regras. Houve também necessidade de rectificar aspectos técnicos. Mas converter estas residências como o PS propõe, em lar de idosos, é impensável. Só o pode propor quem não conhece as regras de um lar”, diz o candidato.
Mira Sintra aguarda nova urbanização
A CDU, por seu lado, critica a falta de um campo de futebol, “uma promessa antiga” que data da fusão dos clubes locais. “Foi prometido um pavilhão e um campo, mas os dirigentes dizem que não tem protocolo nenhum para estas infra-estruturas”. Rui Pinto admite que não há protocolo e lembra que “o que há é um compromisso com os futuros urbanizadores”.
A “urbanização de grande dimensão” tem de esperar pelo desenvolvimento da obra do IC16. “Quando for concluída a auto-estrada a Câmara já poderá licenciar o crescimento de Mira Sintra e aí sim, irão aparecer essas infra-estruturas”, revela. Segundo explica, “o projecto terá como contrapartidas algumas infra-estruturas sociais, que incluem um campo de futebol e um pavilhão polidesportivo coberto.”
O anúncio preocupa CDU e BE. “O betão preocupa-nos porque vai ocupar mais um espaço verde junto à serra da Carregueira”, resume o BE. Rui Pinto responde e diz tratar- se de um “crescimento imprescindível para criar algum equilíbrio sócio-demográfico” na freguesia. “Será uma construção de qualidade para atrair agregados familiares mais jovens e com maior capacidade económica, sobretudo agora que temos uma nova acessibilidade, o IC16”.
O IC16 é visto por todos como uma oportunidade, embora a CDU continue a contestar as portagens. “É um pontochave na dinâmica que o PS quer incutir na freguesia e a forma mais que óbvia de atrair investimento”, diz Ricardo Varandas. Os quatro candidatos discutiram ainda a importância dos projectos ligados às energias renováveis, embora PS, CDU e BE levantem reservas à forma encontrada pela Junta para os concretizar.
texto e fotos: Luís Galrão
O PS lamenta sobretudo a falta de projectos estruturantes. “Choca-me que a maior parte dos investimentos essenciais não foram feitos e o ilusionismo político feito pelo Fernando Seara e pela Junta, quando candidataram projectos no valor de 7 milhões de euros ao Programa Operacional da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional e já sabiam que a candidatura não era exequível”, acusa o PS.
Rui Pinto, que se recandidata pela Coligação Mais Sintra, explica que “Sintra só podia apresentar uma candidatura e tendo em conta os projectos que estão por executar, o presidente da Câmara aceitou candidatar Mira Sintra”, revela. No entanto, a proposta foi recusada porque a freguesia não foi considerada um bairro crítico. “Infelizmente apenas foram apoiados municípios do PS e da CDU, espero que por mera coincidência”, comenta.
Entre os projectos por executar estão o Centro de Apoio à Criança (CAC), o campo de futebol, a adaptação do mercado municipal e a construção de um complexo desportivo. Outro problema que falta ultrapassar prende-se com a ocupação dos fundos vazados da Fundação D. Pedro IV, um espaço que foi ocupado ilegalmente por várias famílias. “Gostava de resolver a questão criando ali um centro de recursos para que o resto da população se possa deslocar àquele beco, porque o bairro foi construído numa extremidade onde só vão os residentes”, diz.
O autarca rejeita as restantes críticas e justifica que “o último mandato foi muito trabalhoso, sobretudo na área da acção social, que é menos visível em termos públicos”. A Junta, diz, respondeu aos problemas com a criação de um gabinete específico, de uma comissão de acompanhamento das famílias carenciadas, um clube de emprego e com uma candidatura recente a um Gabinete de Reinserção Social, que procurará combater o aumento do desemprego.
O PS reconhece o esforço na área social, mas argumenta que as obras estruturantes estagnaram. “Não há dúvida que a freguesia está melhor, mas todas as obras estruturantes que tem foram lançadas no tempo da presidente Edite Estrela. E os últimos quatro anos foram de inércia. O CAC, por exemplo, está para ser construído há 36 anos”, exemplifica.
O presidente contesta esta visão e recorda que a construção desses projectos aconteceu já com Fernando Seara. “Havia projectos, mas estavam na gaveta e há que distinguir a capacidade de ter ideias da capacidade de os executar, que é efectivamente mais difícil”, argumenta Rui Pinto.
Em matéria de obras, a CDU queixa-se que “a avenida principal é a única via que está bonita. Quem vai para o meio dos prédios percebe que só foi arranjado o que está à vista”, acusa João Figueiredo. A crítica é partilhada por José Fragueiro, do BE. “Quem chega a Mira Sintra pensa que o presidente fez uma obra bonita, mas depois percebese que as traseiras dos prédios não são arranjadas.” O presidente nega a acusação e diz que “só fala na avenida quem não se desloca a outros locais da freguesia.”
Já Ricardo Varandas lamenta que o centro de idosos continue fechado há três anos, e atribui responsabilidades à Câmara. Rui Pinto concorda, mas lembra que tem reivindicado a abertura do espaço. “É um projecto inovador que não existe ainda no concelho e é preciso criar regras. Houve também necessidade de rectificar aspectos técnicos. Mas converter estas residências como o PS propõe, em lar de idosos, é impensável. Só o pode propor quem não conhece as regras de um lar”, diz o candidato.
Mira Sintra aguarda nova urbanização
A CDU, por seu lado, critica a falta de um campo de futebol, “uma promessa antiga” que data da fusão dos clubes locais. “Foi prometido um pavilhão e um campo, mas os dirigentes dizem que não tem protocolo nenhum para estas infra-estruturas”. Rui Pinto admite que não há protocolo e lembra que “o que há é um compromisso com os futuros urbanizadores”.
A “urbanização de grande dimensão” tem de esperar pelo desenvolvimento da obra do IC16. “Quando for concluída a auto-estrada a Câmara já poderá licenciar o crescimento de Mira Sintra e aí sim, irão aparecer essas infra-estruturas”, revela. Segundo explica, “o projecto terá como contrapartidas algumas infra-estruturas sociais, que incluem um campo de futebol e um pavilhão polidesportivo coberto.”
O anúncio preocupa CDU e BE. “O betão preocupa-nos porque vai ocupar mais um espaço verde junto à serra da Carregueira”, resume o BE. Rui Pinto responde e diz tratar- se de um “crescimento imprescindível para criar algum equilíbrio sócio-demográfico” na freguesia. “Será uma construção de qualidade para atrair agregados familiares mais jovens e com maior capacidade económica, sobretudo agora que temos uma nova acessibilidade, o IC16”.
O IC16 é visto por todos como uma oportunidade, embora a CDU continue a contestar as portagens. “É um pontochave na dinâmica que o PS quer incutir na freguesia e a forma mais que óbvia de atrair investimento”, diz Ricardo Varandas. Os quatro candidatos discutiram ainda a importância dos projectos ligados às energias renováveis, embora PS, CDU e BE levantem reservas à forma encontrada pela Junta para os concretizar.
«Dediquei-me profundamente e os resultados estão à vista. A minha motivação continua a ser a mesma: trabalhar com serenidade mas com eficácia» Rui Pinto, Coligação Mais Sintra
«Peço confiança para colocar em prática propostas que vão auxiliar a população e trazer as pessoas à política activa» Ricardo Varandas, PS
«O BE assume a responsabilidade de transformar a freguesia e apostar na melhoria da qualidade de vida da população» José Fragueiro, BE
texto e fotos: Luís Galrão
1 comentário:
gostaria de informar que alguns moradores do bairro de mira sintra o que tem uma estacia como localização. e o seguinte alguns moradores tomaram posse de terreno da camara para seus fins próprios vedando com muro esse terreno..outros fazem garagens tomando posse da via publica..afinal aonde esta a fiscalização...ja para nao falar no aumento de tamanho das casas sem estrutura para suportar o peso,trata-se de um bairro camarário de placas pre fabricadas....
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