Do Diálogo na Sociedade Civil
A Associação Dínamo, sediada em Rio de Mouro, vai realizar, no próximo dia 1 de Outubro, pelas 21 horas na Casa-Museu Leal da Câmara, na Rinchoa, um debate eleitoral aberto a todos os cidadãos, com todos os candidatos à Junta de Freguesia desta localidade. Este projecto é de ideia e produção exclusivas dos jovens da Dínamo, que pretendem dar oportunidade à população da freguesia de partilhar ideias, preocupações e apontar directivas de solução.
Este debate eleitoral entre todos os candidatos à Junta de Freguesia e os riomourenses é uma oportunidade de luxo para os eleitores ficarem mais informados e esclarecidos – é também ir ao encontro de uma sociedade civil cada vez mais horizontal, igualitária, participada e, claro está, democrática que os cidadãos merecem.
Para o cidadão comum, o diálogo na sociedade civil é hoje uma complexa trama de obstáculos – a infoexclusão, as trincheiras burocráticas e a disfuncionalidade dos canais de comunicação são os principais protagonistas deste enredo que desmotiva os cidadãos para participar. Se é importante estar-se empenhado numa reformulação dos mecanismos de participação do cidadão singular, neste cenário também as associações ganham uma inequívoca responsabilidade na sociedade civil – são actualmente as charneiras, por excelência, entre o cidadão/ as famílias e o Estado. Por este motivo, o associativismo (seja de que tipo for) deve assumir esta responsabilidade para com as expectativas da sociedade civil, em vez de se pensar para dentro, como tantas vezes acontece. Ao mesmo tempo, não faz sentido as associações viverem alheadas umas das outras (e por vezes em rivalidade) pois, com a devida articulação em rede, todo o trabalho se torna mais pertinente, visível, integrado, participado e digno – é este o trabalho que está a ser desenvolvido pela recém-criada Plataforma de Associações e Agentes Culturais de Sintra (PAACS).
No caso concreto da Dínamo, trabalha-se com cidadãos que são, por demasiadas ocasiões, desconsiderados: os jovens. A sociedade civil encontra nos jovens o seu catalisador para a criatividade e inovação. Caso não existam sérios dispositivos para considerar, incentivar e dar estabilidade a estes jovens, a sociedade estará a mumificar- se e a criar graves problemas geracionais que serão complicados de resolver num futuro próximo. O diálogo estrutural (como lhe chama a Comissão Europeia) e a participação juvenis têm que constituir prioridades nas agendas políticas, especialmente a nível das comunidades locais. O trabalho das associações locais, como a Dínamo, em colaboração com o governo e a autarquia, é essencial para que os jovens tenham voz e apoio na participação.
Nas palavras de Sérgio Xavier, presidente da Dínamo: “Há dias, li numa brochura da Europa sobre uma experiência que foi feita na freguesia de Lewisham, em Londres. Um jovem de quinze anos foi nomeado ‘Presidente dos Jovens’ e passou a representar os jovens da freguesia. Foi-lhe atribuído (e à sua equipa) 25.000 libras para projectos que beneficiassem a comunidade juvenil local, caso fossem ‘eleitos’. Em paralelo às eleições autárquicas, decorreu um simulacro eleitoral juvenil com o candidato previamente nomeado. Os resultados foram muito interessantes: enquanto apenas 33% dos eleitores ‘adultos’ se deslocaram às urnas, 48% dos jovens participaram no seu acto eleitoral. Para além do evidente embaraço, este relato propõe duas questões emergentes: a subestimação comum que a sociedade civil pressupõe na participação dos jovens e a negligência, também infelizmente comum, que algumas autarquias tomam a liberdade de ter perante os orçamentos participativos”.
Este será o século da Cidadania e a Dínamo está a dar esse mote em Rio de Mouro.
texto: Sérgio Xavier
foto: Mariana Carlos
A Associação Dínamo, sediada em Rio de Mouro, vai realizar, no próximo dia 1 de Outubro, pelas 21 horas na Casa-Museu Leal da Câmara, na Rinchoa, um debate eleitoral aberto a todos os cidadãos, com todos os candidatos à Junta de Freguesia desta localidade. Este projecto é de ideia e produção exclusivas dos jovens da Dínamo, que pretendem dar oportunidade à população da freguesia de partilhar ideias, preocupações e apontar directivas de solução.
Este debate eleitoral entre todos os candidatos à Junta de Freguesia e os riomourenses é uma oportunidade de luxo para os eleitores ficarem mais informados e esclarecidos – é também ir ao encontro de uma sociedade civil cada vez mais horizontal, igualitária, participada e, claro está, democrática que os cidadãos merecem.
Para o cidadão comum, o diálogo na sociedade civil é hoje uma complexa trama de obstáculos – a infoexclusão, as trincheiras burocráticas e a disfuncionalidade dos canais de comunicação são os principais protagonistas deste enredo que desmotiva os cidadãos para participar. Se é importante estar-se empenhado numa reformulação dos mecanismos de participação do cidadão singular, neste cenário também as associações ganham uma inequívoca responsabilidade na sociedade civil – são actualmente as charneiras, por excelência, entre o cidadão/ as famílias e o Estado. Por este motivo, o associativismo (seja de que tipo for) deve assumir esta responsabilidade para com as expectativas da sociedade civil, em vez de se pensar para dentro, como tantas vezes acontece. Ao mesmo tempo, não faz sentido as associações viverem alheadas umas das outras (e por vezes em rivalidade) pois, com a devida articulação em rede, todo o trabalho se torna mais pertinente, visível, integrado, participado e digno – é este o trabalho que está a ser desenvolvido pela recém-criada Plataforma de Associações e Agentes Culturais de Sintra (PAACS).
No caso concreto da Dínamo, trabalha-se com cidadãos que são, por demasiadas ocasiões, desconsiderados: os jovens. A sociedade civil encontra nos jovens o seu catalisador para a criatividade e inovação. Caso não existam sérios dispositivos para considerar, incentivar e dar estabilidade a estes jovens, a sociedade estará a mumificar- se e a criar graves problemas geracionais que serão complicados de resolver num futuro próximo. O diálogo estrutural (como lhe chama a Comissão Europeia) e a participação juvenis têm que constituir prioridades nas agendas políticas, especialmente a nível das comunidades locais. O trabalho das associações locais, como a Dínamo, em colaboração com o governo e a autarquia, é essencial para que os jovens tenham voz e apoio na participação.
Nas palavras de Sérgio Xavier, presidente da Dínamo: “Há dias, li numa brochura da Europa sobre uma experiência que foi feita na freguesia de Lewisham, em Londres. Um jovem de quinze anos foi nomeado ‘Presidente dos Jovens’ e passou a representar os jovens da freguesia. Foi-lhe atribuído (e à sua equipa) 25.000 libras para projectos que beneficiassem a comunidade juvenil local, caso fossem ‘eleitos’. Em paralelo às eleições autárquicas, decorreu um simulacro eleitoral juvenil com o candidato previamente nomeado. Os resultados foram muito interessantes: enquanto apenas 33% dos eleitores ‘adultos’ se deslocaram às urnas, 48% dos jovens participaram no seu acto eleitoral. Para além do evidente embaraço, este relato propõe duas questões emergentes: a subestimação comum que a sociedade civil pressupõe na participação dos jovens e a negligência, também infelizmente comum, que algumas autarquias tomam a liberdade de ter perante os orçamentos participativos”.
Este será o século da Cidadania e a Dínamo está a dar esse mote em Rio de Mouro.
texto: Sérgio Xavier
foto: Mariana Carlos
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