Terrugem

Festas de N.ª Sr.ª do Cabo Espichel atraem milhares de pessoas à localidade

As Festas de N.ª Sr.ª do Cabo Espichel, na Terrugem, atraíram no passado domingo, a esta localidade do concelho de Sintra, milhares de pessoas. Realizou-se ali, na tarde desse dia, na continuação das festividades que tiveram início no dia 27 de Agosto, a procissão em honra de N.ª Sr.ª do Cabo, uma tradição que se repete de 25 em 25 anos, pelo que só daqui a duas décadas e meia a Virgem do Cabo regressará à Terrugem.
Iniciadas no dia 27 de Agosto, as Festas em Honra de N.ª Sr.ª do Cabo, na Terrugem, apoiadas num atraente programa, que envolveu a participação de bandas filarmónicas, festivais de acordeão e de folclore, actuação de grupos corais, de artistas da canção, tais como Emanuel e Mónica Sintra, conjuntos musicais e bailes, tiveram no domingo à tarde o seu momento mais alto, com os habitantes da terra e das várias localidades da freguesia, bem como muitos outros milhares de visitantes, a participarem nas cerimónias religiosas ali realizadas em Honra de N.ª Sr.ª do Cabo Espichel.

Momento da celebração da missa campal


Pelas 15 horas, no altar instalado em frente da igreja, foi celebrada missa campal, com o padre Lucas, pároco da freguesia, a presidir à cerimónia, acolitado pelo diácono Armando Marques e por Arlindo Rodrigues, celebração acompanhada a cânticos entoados pelo Grupo Litúrgico da Terrugem e durante a qual o diácono Armando Marques proferiu uma emocionante homilia, perante os milhares de fiéis presentes na cerimónia.

Muitos foguetes e morteiros vão entretanto estrondeando nos ares, enquanto os sinos do templo repicam com frenesim.

Finda a celebração da missa, a procissão percorreu as principais ruas da Terrugem, encabeçada por um grupo de crianças transportando cestos com oferendas, seguidas dos anjos, dos cargos com as fogaças, autarcas da freguesia, os vários juízes da festa, o grupo de escuteiros, os guiões e os andores com as várias imagens, onde se destacavam a de N.ª Sr.ª do Cabo e de S. João Degolado, padroeiro da freguesia, encerrando o cortejo o pálio com os sacerdotes, enquanto centenas de fiéis o acompanhavam e milhares de outros ladeavam o extenso trajecto percorrido, guardando profundo e religioso silêncio, só entrecortado pelos acordes das duas bandas de música – a da S.F.I. R.F. de Lameiras e a da Sociedade Musical Mindense.




Imagem de São João Degolado

Nossa Senhora do Cabo Espichel no seu andor



No regresso ao templo a mesma mística e momentos de fé invadem os ares, enquanto os sinos repicam estridentemente e os foguetes e morteiros estrondeiam, dando ainda maior ênfase e solenidade ao acto.

Finda a procissão as bandas filarmónicas realizaram bonitos concertos, a das Lameiras dirigida pelo seu maestro, Luís Silva Pereira, e a de Minde por João Carlos Gameiro, concertos que se repetiram pelas 22 horas, tendo as festividades do dia terminado com um brilhante fogo-de- -artifício às 24 horas.

O regresso ao templo




No dia 31, segunda-feira, à tarde, uma animada garraiada atraiu centenas de pessoas, muitas das quais evidenciaram ali os seus dotes de “diestros”, e às 23h Mónica Sintra atraiu ao recinto de festas milhares de pessoas, que aplaudiram com entusiasmo a simpática e credenciada cançonetista de Sintra. No dia 19, pelas 14 horas, será celebrada missa, que precederá a entrega da imagem de N.ª Sr.ª do Cabo à freguesia de Fanhões.

“Festas são de uma grandeza enorme”
No final da procissão o JS ouviu José António do Paço, 1.º-secretário da comissão de festas, composta por vários elementos, que considerou que “estas festas são de uma grandeza enorme, uma vez que a Senhora do Cabo só nos visita de 25 em 25 anos. Mas actualmente já se torna difícil organizar festas com esta dimensão, porque cada vez menos se encontram pessoas dispostas a participar na sua organização. A população nascida na freguesia vai mudando os seus hábitos, e as pessoas que vêm de fora residir aqui não sentem esta tradição, pelo que vai sendo cada vez mais difícil encontrar pessoas para trabalhar nas festas, bem como para as patrocinar. Mas a festa decorreu mais uma vez muito bem, com muita gente na procissão e a assistir aos vários espectáculos musicais e de folclore”.

E José António do Paço acrescentou: “As festas contaram com o apoio monetário dos juízes, procuradores e mordomos e também da Câmara de Sintra e da Junta de Freguesia da Terrugem, para além do de muitos habitantes (através do peditório feito porta a porta) e de alguns comerciantes e industriais das várias terras da freguesia”. E conclui: “Aproveito para deixar uma palavra de agradecimento e amizade a todas as pessoas da freguesia que participaram e colaboraram nas festividades, e de uma forma especial um abraço para todas as que constituíram a comissão de festas, de que é presidente o padre Lucas, pároco da freguesia”.

texto e fotos: António Faias

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