Comemorações de 35 anos de Abril de 74 e 99 da República
Portugal nasceu no distante século XII ou, mais concretamente, no ano de 1143.
Os Portugueses de então trabalharam, lutaram, rezaram, regaram os campos e as cidades com suor e lágrimas, mas, também com alma, com querer e com saber. Souberam caldear todos os elementos que na natureza existem para produzirem a massa com que rebocaram as paredes deste novo país. Este novo país que de um lado tinha o mar ainda desconhecido e que, no futuro, seria a sua grande auto-estrada para a globalização. Do outro, os povos irmãos ibéricos mas com quem haveriam de manter, ao longo dos tempos, e por tempo demais, as picardias ou guerras declaradas que são sobejamente conhecidas.
Ainda a sul, debateu-se com os avanços e recuos dos povos Mouriscos que no século VII tinha invadido o território. Os Portugueses de então e durante os séculos seguintes souberam criar e consolidar uma língua e uma cultura próprias, misturadas e caldeadas com a fé cristã que viria a ser transportada, mundo fora, com as caravelas que acrescentaram ao mundo, mundos novos e desconhecidos.
Nesta tarefa que coube aos Portugueses iniciarem e com o êxito que é reconhecido, perderam-se teres e haveres e muitas vidas também. Mas, o português perante os desaires nunca desistiu e, mesmo com os escassos meios humanos e materiais, relançava-se com maior força e ânimo até alcançar os objectivos.
Ao longo dos 866 anos da História, Portugal e os Portugueses conseguiram enfrentar e afastar Mouriscos, Castelhanos/ Espanhóis, Franceses e até Holandeses.
No domínio marítimo achamos ilhas remotas e desconhecidas, conquistamos e perdemos territórios.
Globalizámos o mundo e demo-lo a conhecer.
Criámos a inquisição, sem saber para quê, mas conseguimos dela nos libertar, embora tarde de mais. Durante 767 anos tivemos Monarquia com reis fracos, outros maus e ainda outros assim-assim. Tivemos os Afonsinos durante 242 anos; os de Avis 195 Anos; os Filipinos 60 anos e os de Bragança durante 270 anos. Deles todos nos libertámos e implantámos a República em 1910. Neste novo regime político e social nem tudo correu bem e permitimos que se instalasse a ditadura de Salazar e de seus apoiantes, com a perda da liberdade e com a polícia política, durante 48 anos. Do regime de Salazar/Caetano nos libertámos em Abril de 1974 fruto da união, bem conseguida, entre militares e o povo anónimo. Ao longo dos séculos muitos reis e rainhas e seus próximos, políticos, arquitectos, engenheiros e outros especialistas, empresários e trabalhadores, crentes e não crentes, ajudaram a forjar e a construir o país.
É também justo que se diga que o povo anónimo, com o seu trabalho, com o seu esforço, com a sua luta diária, nos campos nas cidades nas fábricas e no mar, deram o contributo necessário e insubstituível para que Portugal chegasse ao 25 de Abril de 1974.
Derrotada a ditadura e a polícia política em Abril de 1974, a alegria e a esperança voltaram aos Portugueses. Mas, esta esperança, de Abril em Abril se vai desvanecendo e dando lugar à descrença.
Entre 1910 e 1926 a sociedade portuguesa foi-se degradando, facilitando assim o aparecimento da ditadura. Entre 1926 e 1974 a existência da polícia política criou um clima irrespirável e um atentado permanente à inteligência, à liberdade e à cultura. Mas apesar da violência exercida os Portugueses criaram um espírito de liberdade e de vitória que se veio a concretizar em 25 de Abril de 1974.
Mas nos últimos anos de Abril o futuro da maioria dos portugueses está muito em baixo e incerto. O pequeno comércio e a pequena indústria vão definhando e os postos de trabalho têm desaparecido. Aumenta a criminalidade e a corrupção e, assim, aumenta também, de ano para ano, o número daqueles que perderam a vontade de comemorar Abril e a República.
Queremos crer que irá haver uma inversão destas duras realidades para que se mantenha o espírito Republicano e de Abril por muitos anos.
Higino Dias Júnior – Mercês
Os Portugueses de então trabalharam, lutaram, rezaram, regaram os campos e as cidades com suor e lágrimas, mas, também com alma, com querer e com saber. Souberam caldear todos os elementos que na natureza existem para produzirem a massa com que rebocaram as paredes deste novo país. Este novo país que de um lado tinha o mar ainda desconhecido e que, no futuro, seria a sua grande auto-estrada para a globalização. Do outro, os povos irmãos ibéricos mas com quem haveriam de manter, ao longo dos tempos, e por tempo demais, as picardias ou guerras declaradas que são sobejamente conhecidas.
Ainda a sul, debateu-se com os avanços e recuos dos povos Mouriscos que no século VII tinha invadido o território. Os Portugueses de então e durante os séculos seguintes souberam criar e consolidar uma língua e uma cultura próprias, misturadas e caldeadas com a fé cristã que viria a ser transportada, mundo fora, com as caravelas que acrescentaram ao mundo, mundos novos e desconhecidos.
Nesta tarefa que coube aos Portugueses iniciarem e com o êxito que é reconhecido, perderam-se teres e haveres e muitas vidas também. Mas, o português perante os desaires nunca desistiu e, mesmo com os escassos meios humanos e materiais, relançava-se com maior força e ânimo até alcançar os objectivos.
Ao longo dos 866 anos da História, Portugal e os Portugueses conseguiram enfrentar e afastar Mouriscos, Castelhanos/ Espanhóis, Franceses e até Holandeses.
No domínio marítimo achamos ilhas remotas e desconhecidas, conquistamos e perdemos territórios.
Globalizámos o mundo e demo-lo a conhecer.
Criámos a inquisição, sem saber para quê, mas conseguimos dela nos libertar, embora tarde de mais. Durante 767 anos tivemos Monarquia com reis fracos, outros maus e ainda outros assim-assim. Tivemos os Afonsinos durante 242 anos; os de Avis 195 Anos; os Filipinos 60 anos e os de Bragança durante 270 anos. Deles todos nos libertámos e implantámos a República em 1910. Neste novo regime político e social nem tudo correu bem e permitimos que se instalasse a ditadura de Salazar e de seus apoiantes, com a perda da liberdade e com a polícia política, durante 48 anos. Do regime de Salazar/Caetano nos libertámos em Abril de 1974 fruto da união, bem conseguida, entre militares e o povo anónimo. Ao longo dos séculos muitos reis e rainhas e seus próximos, políticos, arquitectos, engenheiros e outros especialistas, empresários e trabalhadores, crentes e não crentes, ajudaram a forjar e a construir o país.
É também justo que se diga que o povo anónimo, com o seu trabalho, com o seu esforço, com a sua luta diária, nos campos nas cidades nas fábricas e no mar, deram o contributo necessário e insubstituível para que Portugal chegasse ao 25 de Abril de 1974.
Derrotada a ditadura e a polícia política em Abril de 1974, a alegria e a esperança voltaram aos Portugueses. Mas, esta esperança, de Abril em Abril se vai desvanecendo e dando lugar à descrença.
Entre 1910 e 1926 a sociedade portuguesa foi-se degradando, facilitando assim o aparecimento da ditadura. Entre 1926 e 1974 a existência da polícia política criou um clima irrespirável e um atentado permanente à inteligência, à liberdade e à cultura. Mas apesar da violência exercida os Portugueses criaram um espírito de liberdade e de vitória que se veio a concretizar em 25 de Abril de 1974.
Mas nos últimos anos de Abril o futuro da maioria dos portugueses está muito em baixo e incerto. O pequeno comércio e a pequena indústria vão definhando e os postos de trabalho têm desaparecido. Aumenta a criminalidade e a corrupção e, assim, aumenta também, de ano para ano, o número daqueles que perderam a vontade de comemorar Abril e a República.
Queremos crer que irá haver uma inversão destas duras realidades para que se mantenha o espírito Republicano e de Abril por muitos anos.
Higino Dias Júnior – Mercês
Sem comentários:
Enviar um comentário