Montelavar comemora elevação a Vila com pompa, festa e emoção

Os SMAS-SINTRA inauguraram no dia 25 de Julho, na Vila Alda (Casa do Eléctrico), uma exposição sobre a vida e actividade dos Serviços Municipalizados de Sintra desde a sua constituição, que contou com um pequeno concerto musical, com peças alusivas à água (Caminhar – Franz Schubert, As Quatro Estações - António Vivaldi, A Truta - Franz Schubert, Serenata - Joseph Haydn, Danúbio Azul - Johan Strauss, e Música Aquática, Haendel), tocadas por Ventzislav Grigorov e Bistra Anastasova.
Baptista Alves, presidente dos SMAS, e Rui Santos, director do espaço Vila Alda
A exposição estará patente ao público até ao dia 23 de Agosto. Podem ser visto equipamentos e documentos referentes à «vida» dos SMAS-SINTRA, através das fotografias de José Pedro Santa-Bárbara. A exposição pretende assinalar a passagem do 63º aniversário dos SMAS-SINTRA (o resgate da concessão deu-se a 22 de Maio de 1946, tendo-se realizado a 1ª reunião do Conselho de Administração dos Serviços a 18 de Julho desse mesmo ano).
No piso térreo, a mostra incide sobre a parte histórica dos SMAS e sobre as obras feitas pelos serviços, com destaque para a Conduta DN 1000, Reservatórios (Mucifal, Pernigem, Morelinho e Várzea de Sintra), e Estações de Tratamento (Negrais, Almorquim).
No 1 º andar, destaque para o capítulo da qualidade da água - em que se podem observar diversos equipamentos usados no Laboratório dos SMAS-SINTRA-, e para a sensibilização ambiental, área em que os Serviços se têm destacado. Está ainda presente um esquema do ciclo do abastecimento de água e das águas residuais domésticas.
Esta exposição tem ainda como objectivo a recolha de documentos, equipamentos e memórias, com vista à criação do futuro espaço museológico orientado para a temática da água, contribuindo assim para a sensibilização da população relativamente à necessidade de preservação de um recurso natural – raro e escasso. Um espaço de desenvolvimento de actividades e valores associados à água, e onde os conceitos científicos, tecnológicos e técnicos se conhecem de modo interactivo, sensorial e lúdico. Um espaço de memória, contribuindo para o conhecimento das tradições ligadas à problemática da água, e colocando em evidência a singularidade da paisagem de Sintra, enquanto valor cultural e patrimonial.
A água na poesia
(...) Recolhi a lágrima
com todo o cuidado
num tubo de ensaio
bem esterilizado.
Olhei-a de um lado,
do outro e de frente:
tinha um ar de gota
muito transparente.
Mandei vir os ácidos,
as bases e os sais,
as drogas usadas
em casos que tais.
Ensaiei a frio,
experimentei ao lume,
de todas as vezes
deu-me o que é costume:
Nem sinais de negro,
nem vestígios de ódio.
Água (quase tudo)
e cloreto de sódio.
António Gedeão, Lágrima de preta
(...) Este líquido é água.
Quando pura
é inodora, insípida e incolor.
Reduzida a vapor,
sob tensão e alta temperatura,
move os êmbolos das máquinas
que por isso,
se denominam máquinas a
vapor (...)
António Gedeão, Lição sobre a água
(...) É o carro enguiçado, é a
lama, é a lama
É um passo, é uma ponte, é
um sapo, é uma rã
É um resto de mato, na luz
da manhã
São as águas de Março
fechando o verão (...)
Tom Jobim, Águas de Março
Danças com História no Festival Internacional “Meet the Tradition, Vidin, Bulgária 2009”
Uma representação do grupo Danças com História regressou da Bulgária onde se deslocou a convite da organização do Festival Internacional Cultura em Movimento “ Meet the Tradition, Vidin, Bulgária 2009 “, para representar Sintra e Portugal.
Cultura e Movimento é uma organização italiana que promove, em diferentes países, festivais de dança, música desporto, com o objectivo de promover o encontro de culturas e tradições, envolvendo comunidades de diferentes origens étnicas e sociais, em locais turísticos e de grande tradição cultural.
A representar o grupo de Danças com História, viajaram dezassete elementos, graças ao apoio do presidente da Câmara Municipal de Sintra, Fernando Seara, que tornou possível que o nome e as bandeiras de Portugal e de Sintra ecoassem e ondulassem, durante três dias, numa cidade dos Balcãs, com a emoção acrescida do abraço de um grupo de portugueses que lá se encontra a construir uma ponte no Danúbio.
O programa do Festival decorreu a 17, 18 e 19 de Julho e integrou uma parada pelas ruas da cidade medieval de Vidin em que desfilaram os oito grupos convidados – Bulgária, Alemanha, Portugal, França e Croácia, com as respectivas bandeiras e guiões. Danças com História abriu o primeiro espectáculo numa das praças, no centro da cidade, e foi o penúltimo a actuar no espectáculo que se seguiu à cerimónia de encerramento na última noite do Festival, no castelo medieval Baba Vida.
Entre os grupos, foi notável a camaradagem e a admiração firmada na qualidade de todos os grupos
participantes. A envolver a actuação portuguesa um calor muito especial orquestrado pelo grupo de portugueses, que na assistência mostrava orgulhoso a nossa bandeira. Tanto os jornais como a televisão búlgara fizeram ampla cobertura do evento, referindo a forte impressão que o grupo português causou na audiência. A reportagem televisiva incluiu um vídeo a circular na internet com o título de Danças com História e o sub-título Grupo de Dança português trouxe o espírito da Europa Renascentista para o palco do Castelo Medieval Baba Vida.
Vidin é uma cidade no norte da Bulgária, banhada pelo Danúbio, com um forte pico de desenvolvimento na segunda metade do século XVIII e um passado histórico e cultural que remonta à época da ocupação romana e grega. Os extensos parques, as inúmeras praças e as fachadas magníficas dos edifícios atestam o passado glorioso de Vidin, que se esforça para ultrapassar a penúria e a ruína que o ocaso do regime soviético, em parte, ocasionou no século passado.
Todo o grupo cerrou fileiras contra o calor, os mosquitos e a ansiedade de actuar longe de Portugal, ombreando com grupos internacionalmente conhecidos. A amizade e a camaradagem foram a tónica dominante e o orgulho de termos sido muito admirados fez-nos inchar o peito e sonhar com futuros convites.
Montelavar comemora a sua elevação a Vila com muita pompa, festa e emoção
Após a atribuição do estatuto de Vila, pela Assembleia da República, à freguesia de Montelavar, no dia 12 de Junho, a autarquia, populações e forças vivas da novel vila comemoraram o facto no dia 10 do corrente, com toda a pompa, honraria e emoção de que o novo estatuto de Montelavar é merecedor.
A elevação de Montelavar a vila, por aprovação da Assembleia da República, aconteceu no passado dia 12 de Junho, e o facto foi comemorado nesse dia em Montelavar, pela população, com grande emoção e alegria, festa e foguetes. Mas como a ascensão a vila merecia algo mais do que os foguetes e os abraços trocados, nesse dia e respectiva noite, entre os montelavarenses, a Junta de Freguesia considerou que o facto devia ser celebrado com toda a honra, pelo que no passado dia 10 do corrente comemorou o facto com a pompa e dimensão merecidas, congregando em Montelavar as associações da freguesia e de outras freguesias, juntando nesta cerimónia centenas de pessoas, entre as quais alguns vereadores da Câmara.
E esta festividade do dia 10 começou logo pela manhã, com o lançamento de foguetes e com o grupo de bombos e gaitas de foles de Freiria (Mafra) a percorrer as ruas da vila com os seus estridentes e animados sons, alertando as pessoas para a festiva manifestação que viria a seguir.
Após a recepção aos convidados, na Junta de Freguesia, em cujos mastros das bandeiras situados em frente da fachada principal foi arriada a antiga bandeira da freguesia e hasteada no mastro principal a que agora ostenta o nome de Vila, cerimónia a que procederam dois bombeiros, enquanto no recinto ecoava o hino da Sociedade Filarmónica Boa União Montelavarense, seguiu-se o desfile de todos presentes – encabeçado pela Fanfarra dos Bombeiros montelavarenses, incorporando vários jovens vestidos de saloios e saloias e empunhando a nova bandeira da vila, muitas associações da freguesia com os seus respectivos estandartes, o grupo de motards Bip-Bip, de Anços, integrando ainda o cortejo os juízes da Festa de S. Mateus do ano passado e os da Festa de S. João deste ano em Maceira, trajando à moda do século XVI, no início do qual foi atribuído a Montelavar o estatuto de freguesia –, desde o edifício-sede da Junta de Freguesia até ao largo principal da vila, onde, junto do coreto, que serviu de tribuna, teve lugar a sessão solene, preenchida com os naturais discursos de congratulação pela efeméride que ali se celebrava e os merecidos parabéns a Montelavar e a todos os que contribuíram para a atribuição deste relevante estatuto de vila que lhe foi atribuído, cerimónia na qual participaram a presidente da Junta de Freguesia, Lina Andrês, os vereadores da Câmara de Sintra Lacerda Tavares, Baptista Alves e Domingos Quintas, e a deputada pelo PS na Assembleia da República Ana Couto, aqui na cerimónia como convidada de honra, tendo sido ela que levou à Assembleia da República o processo reivindicando a atribuição do estatuto de vila a Montelavar, manifestação em que participaram largas centenas de pessoas e durante a qual foi patente a contida emoção de Lina Andrês, quer no momento do hastear da nova bandeira da vila como quando descerrou no Padrão, considerado o ex líbris de Montelavar, a inscrição que agora ali foi esculpida e que ficará a consagrar para todo o sempre esta data da elevação de Montelavar a vila.
Após todo este cerimonial teve lugar no mesmo recinto um almoço, servido não só aos convidados como a toda a população, o qual foi, obviamente, muito participado, e à tarde actuaram ranchos folclóricos, tendo-se apresentado à noite a Marcha Popular de S. João das Lampas e a Associação Danças com História, vestidos à moda do século XVI e da época de D. Manuel I, encerrando a noite a cançonetista Manuela Bravo, antiga residente de Montelavar.
Dia de muitas emoções
No final do festivo dia Lina Andrês, militante do PS e presidente da Junta de Freguesia há cinco anos – no mandato anterior substituiu Vasco Dias no último ano da vigência e no actual mandato concorreu como cabeça de lista, tendo conquistado a presidência da Junta –, adiantou-nos que “este foi um dia de muitas emoções, de muita festa e alegria, que eu vivi enquanto presidente da Junta de Freguesia mas também como montelavarense nascida e criada em Montelavar e com o grande amor que eu tenho à minha terra, e porque finalmente se fez justiça a Montelavar e a toda a sua história atribuindo-lhe o há muito merecido e mais do que justo estatuto de vila”.
E a presidente da Junta de Freguesia acrescentou: “Ao ser concedido a Montelavar o estatuto de vila repôs-se uma legitimidade histórica que há muito era devida à nossa terra, que tem 512 anos de história enquanto freguesia, para além de todo o historial que construiu desde as suas origens até ao presente. E no momento em que a Assembleia da República decretou a aceitação de propostas para a concessão de estatutos de vilas e cidades, que decorreu entre Março e Maio, imediatamente a nossa Junta de Freguesia concorreu à concessão do estatuto que agora alcançámos, apresentando o necessário requerimento, já que este era um dos meus objectivos principais enquanto presidente da Junta. Apresentámos em seguida toda a documentação exigida à deputada Ana Couto, que a assumiu como sua e a apresentou e defendeu na Assembleia da República, que por sua vez ouviu os pareceres do executivo e da assembleia de freguesia de Montelavar, da Câmara e da assembleia municipal”.
Grande realização política enquanto autarca montelavarense
Referindo-se ainda às festas de comemoração da elevação de Montelavar a vila, Lina Andrês afirmou tê-las “vivido com muita emoção, e posso até afirmar que o facto de Montelavar ter alcançado o estatuto de vila constitui para mim uma grande realização política enquanto autarca e montelavarense, sem esquecer que há muitas coisas que Montelavar necessita e que têm de ser conseguidas, porque além da falta de uma escola de ensino profissional consideramos que as nossas escolas do ensino básico não servem, de todo, as necessidades das crianças nem das famílias da nossa freguesia. As escolas do ensino básico e os jardins de infância de Montelavar não possuem um único refeitório, não existe um ginásio, nem condições para as crianças tirarem o melhor proveito das escolas existentes”.
E Lina Andrês conclui: “Outra coisa que faz falta em Montelavar é um centro social, com várias valências, entre as quais a de lar, mas esse projecto vai avançar, uma vez que já existe o terreno, concedido pela Câmara, e neste momento está a ser elaborado o projecto de arquitectura, e ainda que lentamente as coisas estão a avançar. Mas eu não estou a prometer nada, estou apenas a constatar factos e necessidades, tanto mais que vai haver eleições e não sei se serei reeleita, mas as carências existem, e sejam quem forem os futuros autarcas terão de lutar por resolvê-las”.
Festejos em Honra de N.ª Sr.ª de Fátima atraem a Negrais milhares de pessoas
O Festejos em Honra de N.ª Sr.ª de Fátima, em Negrais, atraíram entre os dias 17 e 20 do corrente a esta aldeia da freguesia de Almargem do Bispo, no concelho de Sintra, milhares de pessoas. Apoiadas por um vasto e diversificado programa, em que o popular e o religioso se fundiram, as festividades consagraram o dia 19 (domingo) à Virgem de Fátima, padroeira da localidade, com a realização da solene procissão, que percorreu as principais ruas da terra.
O andor com a Virgem de Fátima
Com o largo principal da aldeia a apresentar todos os dias as diversas atracções populares que caracterizam os festejos, e por cujos palcos ali instalados passaram todos os momentos culturais e musicais constantes do programa, no domingo à tarde teve lugar, na Capela de N.ª Sr.ª de Fátima, a missa celebrada pelo padre Cristóvão, pároco da freguesia de Almargem do Bispo, acolitado pelo diácono Lucas, enquanto cânticos, preces, citações bíblicas e hossanas ecoavam no templo, regurgitando de fiéis.
Após a missa a procissão percorreu as principais ruas da aldeia, encabeçada pelo esquadrão a cavalo da GNR e integrando um grupo de cavaleiros e amazonas, a fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Montelavar, os andores com as várias imagens onde pontificava o da Virgem de Fátima, os juízes da festa – Manuel Rosa e sua filha Catarina –, o pálio com os sacerdotes, o presidente da Junta de Freguesia – Vítor Corredoura –, a Banda Filarmónica de N.ª Sr.ª da Fé de Monte Abraão, que com os seus acordes transmitia ainda maior solenidade ao momento, encerrando o cortejo centenas de fiéis.
No regresso ao templo foguetes ecoaram festiva e estrepitosamente, celebrando o brilhantismo da religiosa cerimónia. Após a procissão a Banda Filarmónica de N.ª Sr.ª da Fé de Monte Abraão realizou um bonito concerto, sob a regência do seu maestro, Francisco Paixão, presenciado por centenas de pessoas.
As festas do dia continuaram até depois da meia-noite, com a participação, entre outras atracções, do Rancho Folclórico “Os Camponeses” de Dona Maria, o Rancho Folclórico de Belas, o grupo Cantares, de Sacotes, encerrando com a actuação dos jovens participantes no programa da TV “Uma Canção para Ti”.
Jorge Brás, da Comissão de Festas, constituída por 16 elementos (oito homens e oito mulheres), adiantou-nos que as festividades decorreram muito bem, tendo comparecido muita gente aos vários espectáculos.
A autarquia, em colaboração com o Conservatório de Música de Sintra, está a atribuir bolsas de estudo destinadas a elementos das Bandas Filarmónicas e Orquestras Ligeiras do concelho para o ano lectivo de 2009/10. Serão atribuídas 15 bolsas para os cursos de flauta transversal, oboé, saxofone, trombone, clarinete, trompete, trompa, tuba e percussão. A primeira fase de inscrições terminou no dia 29 deste mês e a segunda fase será de 31 de Agosto a 7 de Setembro.
Festas anuais da Associação Cultural e Social constituíram brilhante êxito
As festas anuais de Cabriz, que decorreram nos passados dias 11, 12 e 13, foram marcadas pelo êxito. Alicerçadas num aliciante e atractivo programa e organizadas pela Associação Cultural, Social e Recreativa local, as festividades atraíram ao recinto de festas da colectividade milhares de pessoas.
Apoiadas num aliciante e vasto programa, as Festas de Cabriz, organizadas pela Associação Cultural, Social e Recreativa desta localidade da freguesia de Santa Maria e S. Miguel, decorreram nos dias 10, 11 e 12, no recinto de festas e polidesportivo da associação, sempre com a participação de uma grande assistência.
Com bailes nos três dias, abrilhantados respectivamente pelos grupos Os Bacanos, Ideiafix e HPP, tendo-se apresentado no primeiro dia a Marcha dos Santos Populares da colectividade; no segundo dia (sábado, 11) apresentou- se à tarde a Tuna de Enfermagem de Lisboa e à noite o Cuadro Flamenco (danças flamencas), que granjearam os aplausos da numerosa assistência.
O dia 12, domingo, começou com a Missa Campal, às 9 horas, celebrada pelo padre António, pároco de Santa Maria e S. Miguel, e acompanhada a cânticos pelo grupo coral da associação, “Canta Cabriz”, tendo actuado à tarde, às 17.30, os “Bombons de Cabriz”, grupo infantil de dança rítmica da colectividade, ensaiado por Alda Salgado, que exibiu as suas bonitas coreografias, que mereceram os fortes aplausos da assistência, que esgotou completamente a bancada do recinto. As festividades encerraram à noite, com a actuação do conjunto HPP, que pôs à prova os muitos pares vocacionados para a dança, e com o arraial e as suas muitas atracções a nível de comes-e-bebes emoldurado por centenas de pessoas.
Um evento que prestigia a colectividade e seus dirigentes e simultaneamente a freguesia a que pertencem – Santa Maria e S. Miguel, estando todos por isso de parabéns.
António Faias
O Festival de Folclore das “Lavadeiras” do Sabugo – “Sabugo 2009” – constituiu mais uma vez um êxito, com o Auditório do Mosqueiro, palco do evento, a apresentar um conjunto de valiosos ranchos, e uma grande assistência, que aplaudiu com entusiasmo as suas actuações.
Rancho de "As Lavadeiras" do Sabugo
Na noite do passado dia 18 o Auditório do Mosqueiro foi mais uma vez palco do tradicional festival anual do Rancho Folclórico “As Lavadeiras” do Sabugo, que ali apresentou os seus ranchos infantil e adulto e os ranchos convidados – o Grupo Folclórico de Vila Nova de Sande (Guimarães), o da Casa do Povo de Ceira (Coimbra), o Danças e Cantares Regionais do Faralhão (Setúbal) e o Tradicional de Cinfães (Douro Sul). Com uma noite de clima ameno e o bonito e acolhedor Auditório do Mosqueiro a registar a presença de numeroso público, José Alves, elemento do rancho das “Lavadeiras” e habitual apresentador dos seus festivais, saudou os presentes e apresentou o primeiro rancho, o infantil do Sabugo, que ali exibiu os seus já muitos conhecimentos na arte de executar as danças do folclore tradicional da região saloia, a que a assistência tributou fortes aplausos.
Seguiu-se o rancho adulto das “Lavadeiras”, que apresentou no “tablado” várias danças do seu reportório, acompanhadas das bonitas músicas da tocata e das vozes de Elisabete Vitorino, Joaquim Reis e António Alberto, com o público a aplaudir com entusiasmo, enquanto no ribeiro junto ao palco e ao poço ali existente algumas mulheres lavavam lençóis e outras peças de roupa, numa demonstração de como esta tarefa era executada antigamente nas ribeiras da região. Seguiram-se os vários ranchos participantes, cada qual apresentando os trajes tradicionais e as bonitas coreografias das danças e cantares das suas regiões, que granjearam os aplausos da assistência, que não arredou pé dos seus lugares, acompanhando o espectáculo até ao final, quando já passava da meia-noite.
Falta fazer muita coisa no Mosqueiro
“O festival decorreu muito bem, os grupos participantes são muito valiosos, e o clima, com uma excelente temperatura, também ajudou, não afastando as pessoas, as quais acorreram em grande número”, disse-nos António Alberto, no rancho “As Lavadeiras” há 42 anos, do qual é ensaiador e elemento da tocata.
Referindo-se ao rancho infantil, António Alberto adiantou-nos que o mesmo é constituído por cerca de três dezenas de elementos, “muitos dos quais, obviamente, ainda a aprender a dançar, mas alguns já o fazem muito bem e mais tarde virão a integrar o grupo adulto. A direcção do rancho aproveita este festival para os apresentar ao público e também para proporcionar-lhes a ocasião de mostrarem os conhecimentos já adquiridos nesta arte do folclore”. Acerca do magnífico Auditório do Mosqueiro, António Alberto afirma que no mesmo “ainda falta fazer muita coisa, tal como construir uma casa rústica e uma réplica do chafariz e colocar a picota no poço, mas infelizmente têm faltado os apoios que antes existiram, os quais esperamos que voltem a ser disponibilizados pela Junta de Freguesia de Almargem do Bispo e pela Câmara de Sintra”.
texto e foto: António Faias
Melhorar qualidade de vida na terceira idade
Acabar com o isolamento, através do contacto diário com os pares, e melhorar a qualidade de vida da terceira idade, que tem vindo a constituir uma camada cada vez maior na sociedade, são os principais objectivos. O projecto promove actividades semanais, como atelier de pintura, ponto de cruz e caminhadas, e actividades mensais como ciclos de cinema, passeios e idas ao teatro. “Não se trata só de passeios, mas sim de actividades físicas, lúdicas e de informação” que “incentivam o projecto e lhe dão razão para existir”, explicou o autarca de Rio de Mouro. “Hoje em dia não tenho dúvidas de que chegamos a muitos mais idosos”, referiu, salientando que em todas as acções os autocarros vão sempre cheios e que há sempre listas de espera para as actividades.
Todas as pessoas com mais de 60 anos são convidadas a participar, inclusive as que têm menos possibilidades, já que a maioria das actividades são gratuitas. Promovendo o convívio entre gerações, os participantes do “Criar Afectos” foram convidados a assistir a uma peça de teatro, no passado dia 18 de Junho, na escola E.B. 2,3 Padre Alberto Neto. “Os Lusíadas Contado Por Nós”, animou o palco da escola e também o público mais velho, que recuperou um pouco do espírito estudantil que há muito não sentia.
“Vamos voltar aos bancos da escola”, comentava, animado, um dos participantes, enquanto entrava na escola. Não são apenas pessoas solitárias que participam nas actividades. Exemplo disso é o casal Arnaldo Luz, de 79 anos, e Maria Luz, de 75 anos, que contam que tiveram ambos a ideia de participar no projecto e que consideram “o convívio muito bom”. “Não podia ser melhor, com estes jovens todos”, brinca Arnaldo, apontando para todos os seus convivas. Já Maria da Graça, de 65 anos, resolveu fazer-se acompanhar da mãe, Dália Tracana, de 89 anos. “Ela é a minha filha agora. Participamos juntas em tudo, nunca a deixo ficar”, comenta, bem-disposta. “Costumava andar na fisioterapia, mas desde que entrei para o projecto nunca mais precisei”, explicou. Tanto mãe como filha participam em quase todas as actividades semanais e mensais, inclusive as de ginástica. “Estou muito contente e quero continuar”, diz Dália. “A maioria dos que participam nas actividades semanais são da área urbana de Rio de Mouro”, ressaltou Marisa Pereira. “No entanto, alguns fazem parte das áreas mais rurais”. Exemplo disso é Maria José Santana, de 75 anos, que “mora longe”, mas vai “sempre sozinha de camioneta ou com os cunhados, que também participam no “Criar Afectos”.
Maria Alves, de 66 anos, vai a todas as actividades da Junta de Freguesia há sete anos. “Está cada vez melhor”, comenta. Para além de participante é também voluntária do Centro de Dia, onde dá apoio a pessoas acamadas. “Vou criando afectos noutros sítios”, explica. Ainda no mês de Junho decorreu a colónia de férias anual, integrada no projecto. Com cerca de uma centena de participantes, foi necessário dividir o grupo em dois turnos, que tiveram oportunidade de tomar banhos de sol, fazer ginástica e jogos na praia de S. Pedro do Estoril. O projecto promove também o convívio, através de visitas a entidades parceiras como a associação AFAPS, o Centro Comunitário de Rio de Mouro, o Centro Comunitário do Alto do Forte, os Reformados de Rio de Mouro, os Reformados da Tabaqueira e a Casa de Repouso dos Alfaiates. Esta alternativa às actividades rotineiras que costumam ocupar a terceira idade, como ver televisão ou conversar em bancos de jardim espalhados por Rio de Mouro, o “Criar Afectos” oferece actividades lúdicas, culturais e interessantes, como idas a museus, caminhadas pela vila, passeios a outras localidades entre outros. Leopoldina Lobo, de 63 anos e Maria Sousa, de 67 anos resumem o projecto de forma simples: “Convivemos e arranjamos muitos amigos”.
No próximo domingo, Dia dos Avós, serão realizadas diversas actividades comemorativas que prometem animar esta população de espírito jovem da freguesia, bem como os seus netos.